O grupo europeu Identidade e Democracia (ID) já anunciou, formalmente, a adesão do partido Chega, liderado por André Ventura, a esta quinta força no Parlamento Europeu, com 73 deputados, e que integra o partido de Matteo Salvini, e a Frente Nacional francesa.
Em comunicado, o grupo europeu de extrema-direita começa por explicar o significado da palavra Chega (enough! em inglês), recorda, ainda, a corrida às eleições europeias, em 2019, com a coligação Basta, tendo o partido conseguido eleger um deputado, o presidente, “logo na primeira vez que concorreu às eleições nacionais”. Sobre André Ventura, o grupo Identidade e Democracia diz tratar-se de um “bem sucedido professor de Direito na Universidade Autónoma de Lisboa”, além de colunista e e comentador desportivo, tendo, depois, enveredado pela carreira política.
Ainda segundo o comunicado, André Ventura saiu do PSD, de cariz “centro direita”, em 2018. O grupo Identidade e Democracia termina com o anúncio da candidatura do líder do Chega à presidência da República, nas próximas eleições de janeiro de 2021, assumindo, até, que as “sondagens atribuem-lhe o segundo lugar”. Com a adesão do Chega, escreve ainda Gerolf Annemans, presidente do grupo ID, esta força política “pretende continuar a crescer com a expetativa de levar esperança a todos os povos europeus”.
Very pleased & honoured to welcome the Portuguese party Chega as full member of the ID-Party. Chega and its president André Ventura are the most spectacular event in Portuguese politics since many decades, becoming second political force of the country according to recent polls pic.twitter.com/PcaEXKtCLQ
— Gerolf Annemans (@gannemans) July 2, 2020
O Identidade e Democracia é um grupo recém-chegado ao Parlamento Europeu, depois das eleições de 2019. Tem 73 membros de nove países e é, por isso, o quinto maior em termos de representação. Ao Observador, André Ventura assume ter sempre trabalhado para “solidificar a relação do partido com os congéneres europeus”, confessando ter havido conversas prévias, “e até confidenciais”, com o Identidade e Democracia. “Eles ficaram muito animados com os resultados das sondagens em Portugal e endereçaram-nos o convite para pertencer à sua família política”.
Antes de a decisão ser tomada, o partido ponderou as implicações, tendo em conta que a adesão vai “exigir uma ação política concertada, que implica cedência de parte a parte”, assim como a “participação em ações europeias promovidas pelo ID e em reuniões periódicas com os elementos dos partidos que constituem o grupo europeu”, explica André Ventura, acrescentando que essas questões foram sendo ultrapassadas, à medida que ganhou força a vantagem de pertencer a uma “família europeia de partidos em franco crescimento”. Para setembro, estão já agendados encontros com Marine Le Pen e com Matteo Salvini, em França e Itália, que “já podiam ter acontecido se não fosse a pandemia”.
Chega adere ao grupo europeu de extrema-direita Identidade e Democracia