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O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, apresentou esta sexta-feira de manhã a demissão do seu governo ao Presidente Emmanuel Macron. Este era um gesto esperado, perante o desgaste da imagem do governo liderado por Édouard Philippe durante a fase mais crítica da pandemia e também depois de Emmanuel Macron ter visto nos resultados pouco satisfatórios das eleições municipais uma derradeira razão para mudar de rumo.
O sucessor nomeado por Emmanuel Macron é Jean Castex, que foi desde abril coordenador nacional da estratégia de desconfinamento. É um homem que, à semelhança do que acontecia até há pouco tempo com Édouard Philippe, vem do partido Os Republicanos (à direita do República Em Marcha de Emmanuel Macron). A nomeação para coordenador a saída do confinamento valeu-lhe o cognome de “Monsieur Déconfinement”, ou “Senhor Desconfinamento”.
Uma saída anunciada, à espera de luz verde
A demissão de Édouard Philippe era uma questão de “quando” e não de “se”. Em junho, Emmanuel Macron já tinha anunciado uma remodelação do governo e, embora nunca tenha deixado claro se Édouard Philippe seria opção para o futuro, o desgaste público do inquilino do Palácio de Matignon fazia prever o seu caminho estava perto do fim. O prazo que todos tinham em mente era 28 de junho, dia em que se realizou a segunda volta das eleições autárquicas.
O resultado das eleições autárquicas acabou por ser pouco favorável para o partido de Emmanuel Macron, o República Em Marcha (LREM), que falhou importantes provas, algumas das quais ao nem conseguir chegar à segunda volta, como foi o caso de Paris. Além disso, as eleições viram os Verdes a ganhar o espaço do centro-esquerda, arrebatando câmaras anteriormente detidas ora pelo Partido Socialista (PS) ora pelos Republicanos (antiga UMP), como Lyon e Marselha.
Na segunda-feira, em reação direta aos resultados das eleições autárquicas, Emmanuel Macron acabou por dar luz verde a várias propostas que resultaram da Convenção Cidadã para o Clima, de 10 de janeiro de 2020. No seu discurso, Emmanuel Macron anunciou 15 mil milhões de euros durante os próximos dois anos com o objetivo de fazer uma “transformação ecológica” da economia.
Emmanuel Macron anunciou então que este pacote e as medidas a ele associadas seriam discutidas e anunciadas após a seguinte reunião conselho de ministros, agendado para esta sexta-feira à tarde. Essa reunião acabou por ser cancelada, com a previsível demissão de Édouard Philippe.
Numa entrevista conjunta a vários jornais regionais franceses publicada esta sexta-feira, Emmanuel Macron sublinhou que o executivo francês tinha pela frente “um novo caminho” e que ele seria trilhado por “uma nova equipa”.