Portugal pode “ensinar outros Estados estrangeiros – e também alguns privados – a fazer bons negócios”, garante Pedro Nuno Santos, referindo-se à aquisição à Renfe, por 1,65 milhões de euros, de 51 carruagens para a CP Comboios de Portugal, 18 das quais chegaram esta segunda-feira. “Foi um grande negócio, ao alcance de muito poucos”, diz o ministro.
Em declarações aos jornalistas num evento que assinala a chegada das primeiras novas carruagens, Pedro Nuno Santos recusou fazer mais comentários ao dossiê da TAP, defendendo que tem falado sobre esse tema “todos os dias” e rejeitando fazer comentários, por exemplo, ao alerta feito pela presidente do Conselho de Finanças Públicas sobre a sua “preocupação” relativamente a possíveis encargos futuros com a TAP.
“Eu tenho falado sobre a TAP todos os dias, tenho muito respeito pelo vosso trabalho [dirigindo-se aos jornalistas], percebo muito a importância de quererem colocar essas questões mas por mais perguntas que fizerem sobre a TAP eu não vou dizer nada. E não vou dizer nada porque o país tem de olhar também para o que se está a fazer de bem, de muito importante, noutras áreas”, disse Pedro Nuno Santos, asseverando: “É óbvio que não é o político que determina o que passamos [nos jornais] mas pelo menos ainda determino aquilo que digo: não vou dizer nada sobre a TAP, por mais perguntas que façam sobre a TAP”.
À falta de perguntas sobre a CP, Pedro Nuno Santos tomou a iniciativa de saltar para o tema da “importância da ferrovia para o país”. “Sistematicamente, nós vamos desvalorizando a importância da ferrovia, que transporta Portugal inteiro, não só no acesso às cidades mas também ao resto do território”, defendeu Pedro Nuno Santos. “Por isso, se calhar, todos juntos – falo por mim mas permitam que fale por todos – devíamos ter mais respeito, consideração e interesse pela CP e pela ferrovia em Portugal”, asseverou.
Pedro Nuno Santos falava sobre a compra de 51 carruagens à espanhola Renfe, um “negócio que serve de exemplo para muita gente que gosta de pensar sobre a capacidade do Estado português de fazer bons ou maus negócios, nós estamos disponíveis para ensinar outros Estados estrangeiros a fazer bons negócios como, também, muitos privados”.
Foram investidos 1,65 milhões de euros na compra de carruagens que “terão de ser intervencionadas, obviamente, mas não esperamos gastar mais de 130 mil, 150 mil por cada uma”. O ministro indicou que será dada prioridade a que as carruagens tenham espaço para bicicletas, “um contributo importante para uma vida mais sustentável”.