O Unidas Podemos que os escândalos reais, como o mais recente envolvendo Juan Carlos I, acusado de manter contas secretas em paraísos fiscais como o Mónaco e a Suíça, “põem em causa” o atual rei de Espanha, Filipe VI, e “abrem um debate sobre a utilidade da monarquia”.
Fontes do partido ouvidas pelo El Español, afirmaram que o Unidas Podemos consideram que o que foi revelado indica que “se utilizou a figura do chefe de Estado para interesses e negócios privados que serviram os seus membros ficarem milionários aproveitando-se da sua posição”.
Espanha. Juan Carlos I acusado de ter contas secretas em paraísos fiscais
Foi também esta a posição defendida publicamente pela deputada Gloria Elizo, que, segundo o mesmo jornal, afirmou esta quinta-feira que a única forma de desligar Juan Carlos do governo é através da abdicação de Filipe VI e da convocação de um referendo sobre a monarquia.
Em junho, escutas divulgadas pelo El Español revelaram que o rei emérito terá uma conta bancária no Mónaco em nome do primo Álvaro de Orleans de Borbón e outra na Suíça em nome do advogado Dante Canonica. A notícia surgiu meses depois de o El País ter avançado que Juan Carlos terá doado 64,9 milhões de euros à amante, Corinna Larsen, em 2012. A transferência está a ser investigada por autoridades judiciais espanholas e suíças que pretendem desvendar a origem do dinheiro.
Corinna diz que recebeu 65 milhões de euros de Juan Carlos como “sinal de gratidão e amor”
Também em junho, o Supremo Tribunal de Espanha decidiu investigar as suspeitas de delito de corrupção do rei emérito na construção do comboio de alta velocidade entre Medina e Meca, na Arábia Saudita. A investigação tem por base um processo iniciado pela procuradoria anticorrupção no final de 2018 para indagar sobre possíveis comissões pagas na adjudicação da construção do comboio de alta velocidade a um consórcio de empresas espanholas em 2011.