O PSD/Paredes pediu esta sexta-feira a demissão do presidente da câmara, Alexandre Almeida (PS), por ter, segundo os social-democratas, “tentado ocultar” a existência de ‘legionella’ na piscina municipal em Recarei, “mentindo à população”.

Provavelmente a pensar na sua reeleição, [Alexandre Almeida] sugeriu ‘segredo de Estado’ aos funcionários da Piscina Municipal Rota dos Móveis em Recarei, tentando ocultar a presença da bactéria ‘legionella’ encontrada nas condutas das águas. A omissão deste facto poderia implicar problemas graves na saúde dos utentes”, lê-se num comunicado da concelhia social-democrata.

O PSD acentua que “Alexandre Almeida, presidente da Câmara de Paredes [PS], deve pedir a sua demissão de imediato”, por ter “demonstrado desonestidade intelectual ao ter mentido à população do concelho a quem jurou lealdade”.

Na quarta-feira, a câmara socialista informou, em resposta à Lusa, ter encerrado a piscina de Recarei a 3 de julho, depois de ter sido detetada uma contaminação por ‘legionella’, indicando que o equipamento seria alvo de descontaminação.

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A autarquia indicou ainda que as piscinas estiveram fechadas durante os últimos três meses, devido à pandemia de Covid-19, e que no âmbito do “plano de ação do município de Paredes para controlo da ‘legionella’, foi feito o controlo e [realizadas] análises, o que permitiu detetar a presença da bactéria”.

O equipamento, assinalava ainda o município, tinha reaberto no dia 16 de junho, “com todas as condições e seguindo a indicação da Direção-Geral da Saúde”.

O PSD recorda esate sexta-feira que a existência da bactéria só foi divulgada pela autarquia depois de os social-democratas terem emitido quarta-feira um comunicado a questionar o caso.

Citado no comunicado, o líder da concelhia, Ricardo Sousa, lamenta que Alexandre Almeida “possa ter colocado em perigo os utentes da Piscina Municipal Rota dos Móveis, sabendo que a ‘legionella’ é uma bactéria extremamente perigosa e que pode ter desfecho trágico, caso não seja detetada precocemente”.

Conclui o dirigente que o presidente da câmara “não tem condições políticas nem morais para continuar à frente dos destinos do município”.

A Lusa tentou obter uma posição da Câmara de Paredes, mas não recebeu resposta até ao momento. A Lusa questionou também a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) sobre o eventual risco para os utilizadores da piscina no período em que esteve aberta, mas não obteve resposta.

A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘Legionella pneumophila’, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.