A faturação da Century 21 Portugal caiu 7% no primeiro semestre, para mais de 19 milhões de euros, face aos cerca de 20,5 milhões atingidos em idêntico período do ano passado, revelou esta sexta-feira a consultora imobiliária.

Os resultados do primeiro semestre da Century 21 Portugal “já revelam o impacto da pandemia de Covid-19 na operação da consultora imobiliária”, que optou por definir como principal critério de comparação o período homólogo de 2019, para analisar a evolução dos indicadores do negócio da rede imobiliária, salienta em comunicado.

O volume de negócios em que a rede esteve envolvida, considerando também a partilha de transações com outros operadores, por sua vez, atingiu os 800 milhões de euros no período em análise, o que, na comparação com os 869.748.002 euros contabilizados no período homólogo do ano anterior, se traduziu numa queda de 7%, em ambos os indicadores.

O presidente executivo da Century 21 Portugal, Ricardo Sousa, ao falar sobre os resultados do primeiro semestre, considerou que foram “mais positivos do que tinha estimado”, em particular, no que se refere aos indicadores de operação do segundo trimestre do ano.

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A principal razão da quebra de faturação teve a ver com a suspensão dos processos de compra, durante os meses de março e abril, que se refletiram numa diminuição de escrituras em abril e no mês de maio”, esclareceu o gestor.

Para Ricardo Sousa, “contudo, em junho, as dinâmicas de procura, negociação e realização de transações já atingiram, praticamente, os mesmos níveis de 2019”.

As tipologias de habitações mais procuradas pelas famílias portuguesas continuam a ser os T2 e T3 (quatro assoalhadas) e, durante o semestre em análise, a rede imobiliária realizou 5.087 transações de venda, menos 788 que nos primeiros seis meses ano anterior.

No entanto, no primeiro semestre deste ano, o valor médio dos imóveis vendidos na rede Century 21 Portugal aumentou 8% para os 166.359 euros, que compara com uma média de 154.400 euros verificada no mesmo período do ano passado.

Apesar do contexto de pandemia, os preços de venda de habitações mantiveram uma trajetória ascendente, a nível nacional“, lê-se no comunicado, que refere também que a análise por trimestre indica que o valor médio dos imóveis entre janeiro e março se situava nos 163.061 euros. Já no segundo trimestre do ano, os imóveis foram transacionados por um valor médio de 169.367 euros.

Sobre os preços de venda dos imóveis, Ricardo Sousa explicou que no mercado imobiliário residencial os valores de venda são “pouco elásticos” e que “há uma grande resistência na descida de preços”.

“Não é expectável uma alteração expressiva do valor real dos imóveis, nos próximos meses”, vaticina, lembrando que esta situação “irá fomentar um aumento do tempo médio de venda dos imóveis e provocar uma diminuição do número de transações, no curto prazo”.

Serão “os proprietários com urgência em vender que irão fazer ajustes nos preços” para conseguirem concretizar “uma venda rápida” dos seus imóveis, acrescenta.

Já o mercado de arrendamento é “normalmente mais flexível e responde mais às flutuações da procura”, porque tem que se ajustar rapidamente ao rendimento disponível dos jovens e das famílias que estão no mercado a procurar habitação, sublinhou o gestor.

A consultora imobiliária refere que no primeiro semestre, em termos do mercado imobiliário foram efetuadas 1.014 transações, menos 216 que em igual período de 2019, menos 18% de operações neste segmento.

A nível nacional, o valor médio de renda situou-se nos 833 euros, no período em análise, revelando um crescimento de 1% face à média de 822 euros do preço do arrendamento observado no primeiro semestre de 2019.

Mais uma vez, na análise trimestral, que permite já avaliar o impacto da Covid-19, a média nacional de rendas nos três primeiros meses do ano fixava-se nos 893 euros, enquanto em abril, maio e junho este valor baixou para os 772 euros, o que revela uma queda média de 13,5% no segundo trimestre.

No primeiro semestre do ano, o peso das transações do segmento nacional na operação da Century 21 Portugal subiu 5% face a 2019 e atingiu os 86%, enquanto as transações do segmento internacional representaram apenas 14% do volume realizado nesta rede imobiliária.

“Este foi claramente o segmento de mercado que sofreu o maior impacto negativo em contexto de pandemia”, lê-se no comunicado.