Primeiro foi o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, se baseou em estudos internacionais para afirmar que não existe uma relação entre o uso de autocarros, comboios ou metro e os surtos de Covid-19, e para assumir que é “impossível” fiscalizar o cumprimento das restrições ao nível da lotação dos veículos. Horas depois, na habitual conferência de imprensa da DGS, foi a ministra da Saúde que contrariou o ministro para dizer que, apesar de haver estudos que apontam para o facto de “não haver causalidade direta”, não é altura de aliviar restrições nos transportes públicos, que são espaços fechados. Antes pelo contrário.
“As recomendações de saúde pública têm um caráter evolutivo, até em função daquilo que são as novas recomendações das organizações internacionais, mas neste momento não vejo motivo para podermos alterar aquilo que tem estado a ser definido”, afirmou a ministra, reconhecendo que o tema da concentração de pessoas em espaços fechados “suscita a maior preocupação” e que as autoridades de saúde e o governo têm sido “muito cuidadosos” nas decisões sobre o tema.
Certo é que os transportes públicos acumulam “um número significativo de pessoas” e representam espaços “fechados e de difícil arejamento”, daí que se deva optar pela prudência em detrimento do alívio das medidas restritivas.
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