A GNR recolheu seis animais durante uma fiscalização a um canil supostamente ilegal em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, informou esta quarta-feira aquela força militar.

Numa nota enviada à agência Lusa, a GNR refere que o Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) fiscalizou na passada terça-feira um abrigo de animais, na localidade do Inha, freguesia de Canedo, concelho de Santa Maria da Feira.

No decorrer da ação de fiscalização, foi realizada uma inspeção higiossanitária a 58 cães e quatro gatos e um controlo higiossanitário das instalações de alojamento dos animais, tendo sido recolhidos três cães e três gatos para realização de exames clínicos complementares”, lê-se na mesma nota.

A GNR diz ainda que, após a receção do relatório do Médico Veterinário Municipal de Santa Maria da Feira, que também acompanhou a referida fiscalização, todos os factos apurados serão comunicados às entidades competentes.

Mais de 150 pessoas concentraram-se na terça-feira junto ao canil da associação DGZ, em Santa Maria da Feira, para, entre gritos de “assassina” e “criminosos”, reclamarem melhores condições para os cerca de 70 animais aí recolhidos.

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O protesto prendeu-se com o facto de esse espaço estar reconhecido por autoridades autárquicas e policiais como ilegal, aguardando há mais de um ano os resultados de processos em curso no Ministério Público.

Entretanto a lotação do recinto já passou de 150 animais para apenas “65 cães e alguns gatos”, segundo fonte da Câmara da Feira, mas o espaço continua a exibir fracas condições, no meio de um pinhal de acesso difícil e, portanto, mais sujeito a incêndios como o que ocorreu este fim-de-semana em Santo Tirso.

No portão do canil da DGZ, manteve-se toda a tarde um dispositivo com cerca de 10 agentes da GNR, dos quais nenhum se prestou a esclarecer se o único motivo para a sua presença no local era proteger a propriedade privada da DGZ ou verificar o estado dos animais e a conduta dos manifestantes, remetendo declarações para o comando nacional, em Lisboa.

Já entre os manifestantes, o que mais se ouvia eram os insultos que, na maioria dos casos, se dirigiam à proprietária do canil – “assassina” e “criminosa”, entre outros menos educados.

O veterinário municipal de Santa Maria da Feira, Rui Jardim, admitiu que as condições do local “não são as ideais”, mas garantiu que a generalidade dos cães e gatos aí alojados se encontrava “bem” e num espaço “muito melhor” do que aquele com que as autoridades aí se depararam há um ano, quando surgiram as primeiras denúncias sobre o mau estado da estrutura.

Também a associação IRA – Intervenção de Resgate Animal confirmou essa impressão após visitar o recinto: “Contrariamente às denúncias do passado, com vídeos de cães acorrentados e infestado de parasitas, malnutridos e num espaço sem condições, aquilo que encontrámos [hoje] era totalmente diferente”.