O número dias de ausência dos trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em maio foi de 598.293. Este é o valor mais alto de faltas num só mês desde pelo menos 2014, altura em que este registo é feito e disposto no Portal da Transparência.

O número de faltas quase que duplicou durante a pandemia, tendo o mês de março registado 332.205 faltas. Logo em abril, o número de dias de falta disparou para 532.441, subindo ainda mais para os 598.293 de maio. Em junho desceu, mas ainda assim para valores superiores aos de abril: 546.178.

O levantamento dos dados foi feito pelo jornal Público, que dá conta que em maio mais de metade (59,39%) das ausências se devem a doença do trabalhador em causa. A segunda maior justificação (30,77%) é proteção na parentalidade, seguido 6,28% de casos de acidente em serviço ou doença profissional. Sobra ainda 3,56% de outras razões, onde se englobam as faltas injustificadas ou assistência a familiares.

Desta forma, o pico de faltas no SNS surge no mês em que o país começou a adotar medidas de desconfinamento, depois de ter estado, desde a segunda metade de março, em estado de emergência a propósito da pandemia de Covid-19.

Em declarações ao Público, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, aponta a “exaustão” dos profissionais para estes números, além de também haver casos de infetados pela Covid-19.

“Há imensos profissionais de saúde infetados pela Covid-19. E é preciso ter a noção de que maio foi provavelmente o mês em que as pessoas atingiram o pico de exaustão. Os profissionais de saúde estiveram disponíveis para trabalhar 24 horas, mas a adrenalina funciona no início, depois começa a ter efeitos negativos”, disse Miguel Guimarães.

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