A Guarda Revolucionária do Irão disparou um míssil de um helicóptero contra uma sua réplica de um porta-aviões no estreito de Ormuz, disse esta terça-feira a televisão estatal.

No meio de uma escalada de tensão com os Estados Unidos, e para intimidar a marinha norte-americana na região, o Irão transferiu uma réplica de um porta-aviões para o estreito de Ormuz, repetindo um simulacro que já tinha ensaiado em 2015.

Uma imagem de satélite captada na segunda-feira revela o envio de um míssil desde um helicóptero contra o falso porta-aviões, no âmbito do exercício militar que está a desenvolver com esta réplica. Outras imagens, mostram a réplica a ser rodeada por diversos navios iranianos, provocando ondas brancas em seu redor, enquanto disparavam tiros de baterias antiaéreas.

A Quinta Frota da Marinha dos Estados Unidos, com base no Bahrein, que patrulha as vias navegáveis do Médio Oriente, permanece “confiante na capacidade das forças navais de se defenderem de qualquer ameaça marítima”, disse, segunda-feira, a porta-voz da brigada, Rebecca Rebarich, quando questionada sobre os movimentos na região.

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Não podemos falar sobre o que o Irão espera ganhar com a construção desta réplica ou que valor tático esperam obter usando esta réplica, num cenário de treino ou exercício”, comentou Rebarich.

A réplica de porta-aviões carrega 16 modelos de aviões de combate no seu convés, de acordo com as fotos de satélite e o navio parece ter cerca de 200 metros de comprimento e 160 metros de largura. O modelo tem fortes semelhanças com um similar usado em fevereiro de 2015, durante um exercício militar em que o Irão atacou esse falso navio com metralhadoras e mísseis, acabando por o destruir.

A réplica assemelha-se ainda aos porta-aviões da classe Nimitz que a Marinha dos EUA navega no golfo Pérsico, a partir do estreito de Ormuz.

Esta situação ocorre no momento em que aumentam as tensões entre o Irão e os Estados Unidos, depois de a 3 de janeiro os norte-americanos terem assassinado o general iraniano Qassem Soleimani, num ataque aéreo em Bagdade. Nessa altura, o Irão retaliou com um ataque de mísseis balísticos contra uma base militar em que estavam estacionados militares norte-americanos.

Na passada semana, um avião de combate dos EUA aproximou-se perigosamente de um avião comercial de uma companhia aérea iraniana, provocando ferimentos entre os passageiros.

Questionado sobre o falso porta-aviões, Brian Hook, representante especial dos EUA no Irão, disse aos jornalistas que esta situação se insere num “problema contínuo” com o regime de Teerão. “Gostaríamos de ver o regime iraniano a gastar mais tempo com diplomacia e menos tempo com acrobacias militares”, concluiu Hook.