Esta quinta-feira, Jonathan da Costa Ferreira afirma ter voltado a receber ameaças à sua integridade física, denunciou a Frente Unitária Antifascista num comunicado citado pelo Público.
“[No] Fim do mês estaremos em Braga. Sabemos onde dormes. Vamos iluminar-te o cérebro. Nos não perdoamos. Nós não esquecemos. “O Babalu Ma [Mamadou Ba] já foi avisado, o próximo a sentir a nossa presença serás tu. Não vais conseguir correr pela ribanceira abaixo nem te vais esconder”, lê-se nas mensagens divulgadas pela organização antifascista. A mesma acredita que o alegado autor da ameaça é um velho conhecido da Polícia Judiciária, ex-comando e membro do grupo Resistência Nacional. Segundo a organização, será alguém com um percurso na extrema-direita desde os anos 2000, tendo estado ligado aos Portugal Hammer Skins e à organização neonazi Nova Ordem Social, de Mário Machado.
Numa fotografia, também divulgada pela Frente Unitária Antifascista, pode-se ver o seguinte grafitado numa parede: “ANTIFA. Jonathan chibinho, estás morto”, seguido de uma suástica. A ameaça foi escrita na semana passada numa parede nas proximidades da Praça Cruzeiro do Campo das Carvalheiras, no centro de Braga, disse o dirigente antifascista.
Para a Frente Unitária Antifascista, estas mensagens e ameaças “fazem parte de uma estratégia clara de intimidação de dirigentes antifascistas, anti-racistas, sindicais e de partidos de esquerda”. “Numa altura destas, as respostas unitárias são mais importantes do que nunca, pelo que reiteramos o apelo à união da esquerda – contra este inimigo comum”, apela a organização no comunicado.
Em Janeiro de 2019, Jonathan Ferreira da Costa foi alvo de uma “tentativa de homicídio” e alvo de tentativa de agressão no aeroporto do Porto em 2016 por um elemento dos Portugal Hammer Skins. As duas agressões, uma no Porto e outra em Braga, foram incluídas no processo-crime no qual o Ministério Público acusou 27 cabeças rapadas de crimes de ódio, entre os quais tentativas de homicídio.
O Público adianta que Jonathan da Costa Ferreira é uma das caras mais conhecidas do movimento antifascista português, sendo um dos responsáveis pela sua reorganização nos últimos anos, apesar de ser criticado por outros antifascistas. “Fico preocupado por haver ameaças contra familiares meus por parte de um grupo que não sabemos bem quem são”, disse ao mesmo jornal, através do Facebook, o dirigente antifascista. “Não diria que estou com medo, mas um pouco preocupado, sim. Sobretudo pela minha filha e namorada”, continuou, garantindo que as ameaças “não o vão calar”.