Afinal, a solução para o problema que a rede social chinesa Tik Tok, detida pela ByteDance, enfrenta pode não passar pela Microsoft. Como escreve o Financial Times, outra gigante tecnológica dos EUA, a Oracle, está a “considerar seriamente” comprar o Tik Tok. Os responsáveis da Oracle terão já falado com a ByteDance para comprar as operações da app nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Apesar de a Microsoft ter mostrado interesse em comprar a rede social depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que a app ia ser banida, o negócio parece não ter avançado. Esta segunda-feira, o Tik Tok chegou, inclusivamente, a criar uma campanha de comunicação com um site para defender-se junto do público, mostrando que esta saga vai ter mais capítulos.

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De acordo com as mesmas fontes a que o jornal britânico teve acesso, a Oracle tem parcerias com sociedades de investimento norte-americanas que têm posições na ByteDance, como a General Atlantic e a Sequoia Capital.

Além da Microsoft e da Oracle, que é especializada na venda de software e hardware de armazenamento de dados, o Twitter pode ser outro dos interessados na aquisição das operações do Tik Tok nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia (a Byte Dance já disse que só vende os negócios nestes países). Porém, a rede social parece não ter capital para avançar com uma proposta.

Donald Trump assinou, no início de agosto, uma ordem executiva que proíbe todas as transações com a ByteDance, a empresa mãe chinesa da rede social TikTok, no prazo de 45 dias. No mesmo dia, a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, defendeu as ordens contra o TikTok e o WeChat, um serviço de mensagens chinês, e disse que o presidente estava a exercer a sua autoridade de emergência sob uma lei de 1977 que o permite regular o comércio internacional para lidar com ameaças incomuns.

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A empresa defendeu-se em comunicado: “Estamos chocados com a recente ordem executiva, que foi assinada sem que tenha havido aqui um processo devido. Durante quase um ano, tentámos envolver-nos com o governo dos EUA, de boa fé, para chegarmos a uma solução construtiva tendo em conta aquelas que eram as preocupações expressas [por Trump]. Em vez disso, o que encontrámos foi que a administração não prestou atenção nenhuma aos factos, ditou os termos de um acordo sem passar por processos legais padrão e tentou inserir-se em negociações que estão a decorrer entre empresas privadas”.

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A app — que estará em negociações para ser adquirida pela Microsoft — diz que disponibiliza as diretrizes de moderação e código fonte do algoritmo no seu centro de transparência, “que é um nível de responsabilidade com o qual nenhuma empresa semelhante se comprometeu”, adianta, acrescentando que mostrou vontade em vender a totalidade da operação nos EUA a uma empresa americana.

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Contudo, se a empresa não for adquirida ou houver outra solução, a app será mesmo banida do país até 15 de setembro, juntado-se a outras empresas chinesas como a Huawei ou a ZTE. Desde 2009 que um dos principais concorrentes do TikTok, o Facebook, está banido na China continental.

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O TikTok é uma rede social de partilha de vídeos curtos (até 15 segundos), que pertence à ByteDance, empresa tecnológica chinesa fundada em 2012 por Zhang Yiming, que é, atualmente, o unicórnio (empresa privada avaliada em mais de mil milhões de dólares) mais valioso da história. Segundo o ranking da CB Insights, uma base de dados de investimento em capital de risco, a ByteDance está atualmente avaliada em cerca de 140 mil milhões de dólares (117 mil milhões de euros).

Quatro anos depois de ter nascido, em 2016, a ByteDance lançou a app Douyin — nome sob o qual o TikTok opera no mercado chinês –, lançando a versão ocidental para sistema operativo Android e iOS no ano seguinte. Em agosto de 2018, o TikTok ficou disponível no mundo todo, depois de a ByteDance ter comprado outra app de vídeos, a Musical.ly.