Steve Bannon, antigo responsável pela campanha de Donald Trump, declarou-se inocente perante o juiz Stewart D. Aaron. O tribunal fixou a fiança para o antigo conselheiro do Presidente na Casa Branca em cinco milhões de dólares — com uma garantia de 1,75 milhões, assegurados em dinheiro ou em propriedade imobiliária, e com dois co-signatários.
O juiz decidiu ainda que Steve Bannon não pode sair dos distritos sul e leste de Nova Iorque, Connecticut e Washington, DC.. Não poderá usar embarcações, aviões ou iates sem a permissão do tribunal. Será libertado ainda esta quinta-feira, mas tem de cumprir todos os termos da fiança até 3 de setembro.
O antigo conselheiro do Presidente na Casa Branca foi detido por dois agentes da polícia num iate que alegadamente já tinha pertencido ao dissidente exilado chinês Guo Wengui. O iate navegava na costa de Connecticut. Daí, e ao fim de várias horas, Steve Bannon foi levado para Nova Iorque para ser ouvido por videoconferência por um juiz.
A CNN noticiou que o Bannon testemunhou de máscara máscara, estava em mangas de camisa, bronzeado e que balançava constantemente – para a frente e para trás – na cadeira em que apareceu sentado.
Ainda de acordo com o canal norte-americano, à saída do edifício do tribunal federal Bannon tirou a máscara, acenou aos seus apoiantes e fez curtas declarações aos jornalistas. “Este completo fiasco é para travar as pessoas que querem que o muro seja construído”, disse Bannon.
Steve Bannon foi acusado de ter desviado dinheiro da campanha de angariação de fundos lançada para financiar a construção do muro na fronteira do México com os Estados Unidos da América. Lançada no final de 2018, a campanha “We Build the Wall” conseguiu juntar mais de 25 milhões de dólares (21 milhões de euros).
Bannon e outros três indivíduos foram acusados pelos procuradores em Nova Iorque de “defraudarem centenas de milhares de doadores, capitalizando o seu interesse em financiar o muro para angariar milhões de dólares, sob o falso pretexto de que o dinheiro seria ganho na construção”.
Apesar de a “We Build the Wall” ser uma iniciativa desenvolvida essencialmente com base no trabalho voluntário, Bannon recebeu mais de 1 milhão de dólares, que usou para pagar despesas pessoais, refere a Bloomberg. Será essa a base da acusação de que foi indiciado.
A partir da Sala Oval, na Casa Branca, Trump reagiu à acusação de desvio de fundos de que foi alvo o seu antigo conselheiro, afastado em 2017. “Não tenho tido contactos com ele [Bannon] há muito tempo. Não sei nada sobre esse projeto. Estava convencido de que era algo que não deveria ser feito”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, que indicou ter-se oposto à ideia de procurar fundos privados para construir o muro.