A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse este sábado não ser possível negociar o próximo Orçamento do Estado sem que antes o PS cumpra o que acordou para o atual.
“Não é possível começarmos a negociar o próximo Orçamento do Estado sem o PS cumprir sequer o que já foi acordado para o último Orçamento de Estado. Seja no fim do fator de sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido como a vossa, seja nas contratações que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] precisa para poder responder à Covid-19, sem deixar de responder a tudo mais que a população precisa”, afirmou.
A dirigente do BE comentava, em Penafiel, a entrevista do primeiro-ministro publicada este sábado no Expresso, na qual o António Costa diz pretender negociar o próximo orçamento com os partidos de esquerda.
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“É para nós muito importante cobrar o que não foi cumprido, porque nós não nos esquecemos”, acentuou Catarina Martins, falando para um grupo de trabalhadores do setor das pedreiras, com os quais tratou hoje a questão das reformas e o fator de sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido.
A coordenadora do BE sublinhou que o partido leva “muito a sério” os seus compromissos. “Levamos a sério o compromisso que temos convosco e, portanto, sabemos que não podemos dar mais passos, sem que aquilo que foi prometido seja cumprido”.
“O BE viabilizou o Orçamento do Estado de 2020 com algumas garantias e com algumas negociações. Um dos acordos era sobre o fim do fator de sustentabilidade para as carreiras de desgaste rápido e o PS, pura e simplesmente, não cumpriu”, reforçou, acrescentando: “Nós vimos o decreto, vocês viram, a comunicação social viu o decreto, a promessa foi feita – quando entrasse em vigor o Orçamento do Estado para 2020 acabava o corte do fator de sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido, como os mineiros, os trabalhadores das pedreiras e outros. E, depois, pura e simplesmente, o Governo não cumpriu”.
Catarina Martins indicou ainda que o PS “não cumpriu” o acordo com o BE, “por exemplo, na contratação de mais gente para o SNS”.