Pablo Iglesias, líder do Podemos e segundo vice-presidente do governo espanhol, não terá de comparecer junto do Congresso dos Deputados para dar explicações sobre as acusações de financiamento ilegal que recaem sobre o partido, noticiou o jornal El Mundo.
Os pedidos de comparência numa sessão extraordinária do plenário e na Comissão de Assuntos Sociais foram feitos pelo PP e Ciudadanos e votados favoravelmente pelos dois partidos e pelo Vox. Mas as propostas acabaram por ser chumbadas com os votos contra do PSOE, Podemos, ERC , PNV , EH Bildu , JxCat e Compromís.
O líder do Podemos seria chamado ao Congresso dos Deputados para esclarecer as acusações feitas pelos advogados José Manuel Calvente e Mónica Carmona. A queixa fala numa “suborganização corrupta” dentro do Podemos e de alegadas práticas de “coerção”, “silenciamento” de dissidentes internos e pagamentos de “bónus” para aqueles que participam nas alegadas “ilegalidades”.
Podemos acusado por um seu ex-advogado de manter uma “suborganização corrupta”
Assim, mesmo quem votou contra as propostas do PP e Ciudadanos não está inteiramente a defender o partido de Iglesias. “Quem tem a obrigação de investigar é o Ministério Público e o tribunal de instrução”, disse Aitor Esteban, porta-voz dos nacionalistas bascos (PNV).
O deputado do PSOE, Felipe Sicilia, também defendeu que se tratava de um assunto de justiça e preferiu atacar o PP. “Se alguém sabe de financiamento ilegal, é o PP.”
A maior defesa surgiu, naturalmente, de Enrique Santiago, porta-voz do Podemos, que disse que a ação tinha como propósito desestabilizar o governo de coligação e desacreditar o Podemos.
Do lado oposto, a porta-voz parlamentar do PP, Cuca Gamarra, lembrou que uma investigação ao Podemos, que faz parte do governo, enfraquece todo o executivo. Acrescentando que enquanto se espera pelas consequências judiciais se pode tratar das políticas. “Tic-tac, senhores do Podemos. O tempo para Iglesias terminou.”