Cerca de 20.000 pessoas participaram este sábado num protesto, em Berlim, contra as restrições impostas para conter a pandemia de Covid-19. A polícia tentou ao longo da tarde dispersar a multidão por não cumprir as regras de distanciamento social e o uso da máscara, mas os manifestantes só começaram a dispersar ao final da tarde. Também em Londres e em Paris houve protestos contra as medidas de contenção. E em Lisboa, cerca de 100 manifestantes juntaram-se na Praça do Rossio.

Em Berlim, foram detidas “várias” pessoas, anunciou a polícia no Twitter.

Segundo as autoridades, durante os protestos, o distanciamento mínimo foi respeitado pela maioria [dos manifestantes] “apesar de repetidos apelos” das forças policiais, pelo que estas não tiveram “outra opção” que dispersar o protesto, escreveu a polícia de Berlim.

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Cerca de 20.000 pessoas protestaram este sábado, a partir do meio-dia, junto da Porta de Brandemburgo, em Berlim, numa manifestação proibida pelo município, mas autorizada por um tribunal. O governo regional de Berlim proibiu a manifestação, apontando que em protestos semelhantes realizados nas últimas semanas os manifestantes não respeitaram regras como o uso de máscara ou o distanciamento, mas os organizadores recorreram à justiça e um tribunal autorizou a manifestação.

O tribunal determinou que o uso de máscara no protesto não é obrigatório, mas que os participantes devem manter uma distância de 1,5 metros entre si. Este protesto ocorre numa altura em que a Alemanha regista um novo aumento de casos nas últimas semanas, com uma média de 1.500 contágios por dia, o que levou as autoridades a impor novas restrições.

Durante os protestos houve alguns distúrbios, como o bloqueio de estradas pelos manifestantes. Cerca de 3.000 polícias foram destacados para acompanhar a manifestação.

Em Londres, centenas de pessoas, que consideram as medidas de restrição uma violação da liberdade individual, juntaram-se na Trafalgar Square pelo “restabelecimento de todas as liberdades”, por considerarem que o vírus é uma “farsa”. Segundo a BBC, alguns manifestantes erguiam cartazes acusando o empresário e fundador da Microsoft, Bill Gates, de querer usar a vacinação para implantar microchips na população. Há ainda quem acredite noutras teorias da conspiração que se têm tornado populares nas redes sociais durante a pandemia.

Entre os cartazes, lia-se “Diz não às vacinas obrigatórias”, “Sorrisos, não máscaras”, “O meu corpo, a minha escolha” ou “A verdade vence sempre”.

Em Paris, este sábado também ficou marcado por protestos que apelaram ao relaxamento das medidas de contenção, como o fim do uso de máscaras.

Movimento contra o uso de máscara juntou cerca de 100 pessoas em Lisboa

Cerca de 100 pessoas manifestaram-se este sábado na praça do Rossio, em Lisboa, contra as medidas de contenção da pandemia. Os manifestantes pediram o fim do uso obrigatório de máscara, nomeadamente nas escolas.

O protesto “Manifestação Desmascarar Pela Liberdade” foi marcado pelo movimento “Verdade Inconveniente” no Facebook. Cerca de 400 pessoas marcaram que estariam presentes, mas o número de participantes rondou os 100.

Os manifestantes, muitos dos quais não cumpriram o distanciamento social, pediram o fim do que dizem ser uma “ditadura de falsidade”. “O Covid veio trazer a ditadura, é um pretexto”, disse um dos participantes.

Na página do evento pode ler-se que os participantes querem o fim do uso obrigatório das máscaras e do que consideram ser a “narrativa do medo”. O uso de máscaras, assim como o cumprimento do distanciamento social são práticas recomendadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter o vírus.

Os manifestantes pedem que deixe de ser obrigatório o uso de máscaras pelos estudantes durante as aulas porque, dizem, “já foi provado mais que uma vez que as crianças e jovens não são um risco para a sociedade”. Porém, segundo o site da DGS, “não se recomenda que as crianças estejam com os avós por serem considerados um grupo vulnerável”. Isto porque “apesar de as crianças serem menos afetadas por esta doença e de terem sintomas mais ligeiros, podem transmitir o vírus a outros“, informa a DGS.

Entre as reivindicações está ainda o “regresso imediato ao horário normal de trabalho para todos os grupos económicos”. Esta é a segunda manifestação convocada pelo movimento em agosto.