Na Mercedes, o Classe S é o rei do luxo e, nesta nova geração, há muitos e variados argumentos para que a berlina alemã continue a reinar.
Exteriormente, o modelo segue a linha da família em diversos aspectos, com elementos que remetem para outros modelos da marca, nomeadamente os grupos ópticos e a nova grelha. Mas esta identidade visual não será propriamente sinónimo de “mais do mesmo”. Pelo contrário, o novo Classe S mantém uma imagem sóbria e refinada, mas consegue ter pormenores que o diferenciam, caso dos puxadores das portas escamoteados, como acontece noutros modelos que existem no mercado – Tesla Model S ou o Range Rover Velar, por exemplo. Segundo a marca, esta solução contribuiu para melhorar a aerodinâmica, cujo valor mais baixo é de 0,22. Um coeficiente aerodinâmico de respeito, só possível graças a muito trabalho no túnel de vento e simulações para criar uma carroçaria que facilite a passagem do ar.
Assente numa nova plataforma, o novo Classe S está mais comprido (54 mm) e mais largo (55 mm) e mais alto (10 mm) vendo também a distância entre eixos aumentar 71 mm, pelo que quem segue no banco de trás, muitas vezes o proprietário do veículo, conta agora ainda com mais espaço. O facto de ser grande não o impede, contudo, de ser manobrável com facilidade, graças às rodas traseiras direccionais (opcional), com um ângulo de até 10° no sentido contrário ao das rodas anteriores a baixa velocidade, para depois girarem no mesmo sentido das da frente (até 4,5º) a velocidades superiores.
É sobretudo no interior que o porta-estandarte da Mercedes impõe a superioridade esperada de um topo de gama. Uma das tecnologias disponíveis é o head-up display de realidade aumentada, que permite projectar no pára-brisas, por exemplo, as indicações do sistema de navegação. Mas não fica por aí: o painel de instrumentos digital mede 12,3 polegadas e pode ser equipado com um novo modo 3D que não requer óculos especiais. Acresce ainda que o sistema de infoentretenimento MBUX é de nova geração, o que significa que tem um novo hardware e software que permitem não só um tempo de resposta mais rápido (o processador é 50% mais potente), como também uma resposta mais adequada. O MBUX suporta até cinco monitores, incluindo o ecrã central táctil de 12,8 polegadas com tecnologia OLED. Outra das melhorias prende-se com os comandos, sendo o sistema capaz de entender melhor as solicitações, inclusivamente gestuais, dar respostas mais variadas e compreender 27 idiomas. Além disso, o assistente “Olá Mercedes” passa agora a estar disponível a partir de todos os assentos.
Outro dos destaques no habitáculo vai para a iluminação, projectada para extravasar a função de detalhe na atmosfera a bordo, fazendo também ela parte do pack de segurança com que o Classe S brinda quem segue a bordo. Em resultado, em vez dos anteriores 40 LED, passam a haver 250 para reforçar visualmente os alertas dos diferentes sistemas de segurança. Por exemplo, quando é detectado um veículo no ângulo morto, a iluminação interior chama a atenção através de uma animação a vermelho.
Ainda no domínio da segurança, os assistentes à condução são mais que muitos. Contudo, a novidade mais aguardada só chegará a partir do segundo semestre do próximo ano e apenas na Alemanha. Trata-se daquilo que a Mercedes designa de Drive Pilot, isto é, o sistema de condução autónoma do fabricante alemão, que ascenderá ao nível 3. Ou seja, o Classe S poderá conduzir-se sozinho em determinadas condições, inicialmente até uma velocidade de 60 km/h. Outra das estreias é o airbag frontal para os passageiros que seguem no banco traseiro.
Em termos de motorizações, a marca da estrela prossegue o caminho da electrificação. No arranque da comercialização, serão propostos dois diesel e dois motores a gasolina, estes últimos mild hybrid e com EQ Boost de 22 cv. A par do S 450 4MATIC de 367 cv e do S 500 4MATIC de 435 cv, a gasóleo estará disponível o 350d de 286 cv (com tracção traseira ou integral) e o S 400d 4MATIC de 330 cv. São todos seis cilindros em linha com 3,0 litros acoplados sempre a uma caixa automática com conversor de binário e nove velocidades (9G-Tronic). Lá mais para a frente, mas possivelmente ainda este ano, vai chegar um oito cilindros a gasolina também com sistema eléctrico de 48V, sendo que em 2021 é introduzida uma versão híbrida plug-in, capaz de percorrer cerca de 100 km em modo eléctrico.