Especialistas, políticos e parceiros sociais voltam esta segunda-feira a reunir-se, agora no Porto, para analisar a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, com as apresentações em transmissão aberta pela primeira vez.

Esta sessão – que marca o regresso daquelas que ficaram conhecidas como as “reuniões do Infarmed” -, de acordo com fonte do Governo, “será importante” para acertar as medidas a adotar a partir de 15 deste mês, quando o continente português, de forma preventiva, entrar em situação de contingência.

Desta vez no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade Porto, o primeiro-ministro, António Costa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, voltam a juntar-se a líderes partidários e parceiros sociais para ouvir técnicos e especialistas sobre a situação da pandemia em Portugal.

Outra das novidades da 11.ª sessão é a transmissão, através do canal YouTube do Governo e em sinal aberto pelas televisões, da parte expositiva da reunião, algo que nunca aconteceu nos anteriores encontros, todos eles fechados. Assim, na primeira parte do encontro será apresentada a “situação epidemiológica atual” por Pedro Pinto Leite, da Direção-Geral de Saúde, e Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na secção para “atualização de informação” estarão em exposição “o inquérito serológico nacional” (Ana Paula Rodrigues, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge), “o estudo caso-controlo” (Henrique Barros, Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto), “APP Stayaway Covid” (José Manuel Mendonça, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência), e Luís Goes Pinheiro, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde) e a “nova vacina” (Rui Santos Ivo, do Infarmed).

Na segunda parte haverá uma apresentação de Maria João Brito, do Hospital Dona Estefânia (Lisboa), sobre “Covid-19 nas crianças” e uma outra sobre “um regresso seguro à escola: enfrentar as realidades, minimizar os riscos, antecipar soluções”, com Carla Nunes, Escola Nacional de Saúde Pública, Manuel do Carmo Gomes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e novamente de Henrique Barros. Segue-se depois o período de debate e encerramento, que não serão transmitidos.

Estas reuniões, que surgiram por iniciativa do primeiro-ministro, com um objetivo de partilha de informação, começaram no dia 24 de março e decorreram até 8 de julho, em 10 sessões no auditório do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos da Saúde, em Lisboa, inicialmente semanais e depois de periodicidade quinzenal. Depois de cerca de dois meses sem reuniões, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou no dia 27 de agosto que estas sessões com peritos e políticos iriam ser retomadas, com uma novidade: “Terão uma parte, a parte expositiva, que será de transmissão aberta e essa é a principal diferença que as reuniões terão face ao passado”.

Já depois das críticas do líder do PSD, Rui Rio, no final da décima reunião, no dia 8 de julho, Marcelo Rebelo de Sousa declarou perante a comunicação social: “Terminámos hoje uma experiência de vários meses, iniciada no final de março em pleno estado de emergência”. Neste mesmo dia, o primeiro-ministro negou, contudo, o fim destas reuniões, contrapondo que apenas não tinha ficado definida uma data para a próxima sessão, que só deveria decorrer quando estiverem prontos dois estudos em curso sobre a Covid-19 em Portugal. “Sempre que se justificar haverá novas reuniões”, disse.

No final das sessões, tornou-se habitual o chefe de Estado fazer uma síntese das conclusões aos jornalistas, tendo ao seu lado o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República. Os representantes dos nove partidos com assento parlamentar falavam em seguida.