Os primeiros casos de Covid-19 chegaram a Portugal a 2 de março e para assinalar essa data é inaugurada dia 8 de setembro uma exposição fotográfica, que junta mais de 130 fotógrafos, sobre a pandemia vivida em Portugal.
A exposição “Diário de Uma Pandemia” é constituída por quatro módulos, divididos por dois pisos, que têm a fotografia e a informação como seu fio condutor.
No primeiro piso da Galeria CC11 está o projeto que começou na rede social Instagram e que rapidamente ganhou notoriedade e reconhecimento de milhares de seguidores. Este projeto fotográfico juntou 119 fotógrafos e fotojornalistas portugueses. “O isolamento, o sentido de clausura, a nova realidade das máscaras, a dinâmica dentro dos hospitais, lares, momentos políticos e até funerais, são alguns dos temas retratados”, como descreve o fotojornalista Miguel A. Lopes, um dos fundadores do projeto, juntamente com Gonçalo Borges Dias. Para a curadoria deste módulo da exposição foram convidados os fotojornalistas Daniel Rocha, Ilídio Teixeira, Luís Filipe Catarino e Tiago Miranda que selecionaram cerca de 90 fotografias que integram um percurso expositivo. “A nossa história terá com certeza outros momentos, mas só houve uma oportunidade para registar este. Será a cápsula do tempo desta época que vivemos”, lê-se no texto dos curadores.
Outro espaço da mesma galeria foi totalmente dedicado à cobertura da pandemia através das agências internacionais que têm colaboradores em Portugal. As agências representadas são a Agence France-Presse (AFP), Associated Press (AP), Getty Images, Reuters e Agência Lusa/EPA. “Enquanto muitos ficaram a trabalhar na segurança das suas casas, os correspondentes – tal como outros trabalhadores essenciais – continuaram fora de quatro paredes: mostraram ao mundo os bairros de Lisboa sem turistas, o caos dos hospitais, as missas sem crentes, entre tantos outros momentos que marcaram um período nunca antes vivido”, relata Catarina Demony, correspondente da Reuters em Portugal.
Também as primeiras páginas dos jornais diários têm uma importância nesta exposição. Durante todo o tempo do confinamento muitas, se não todas, foram as primeiras páginas sobre a pandemia da Covid-19. Com fotos, frases ou ilustrações que ficarão para a história da imprensa nacional. São essas primeiras páginas dos jornais e capas de revista que estarão também expostas nesta exposição.
O editor João Paulo Cotrim, que selecionou estes recortes da imprensa, conta: “A máscara tornou-se o rosto geral, tornando todos um pouco mais iguais, menos indivíduos. Dançamos atrás de cortinas, diz uma chapa, mas ainda assim distinguimos idades e dores, a passagem do tempo, no esvoaçar do branco nos cabelos, no engelhado da mão”.
A fotógrafa Luísa Ferreira, autora de inúmeras exposições e livros foi convidada a expôr segundo o seu “olhar crítico e intimista sobre a pandemia”. “Claro e Escuro”, é o nome desta mostra da fotógrafa vencedora do Prémio Autores 2019, Artes Visuais e Melhor Trabalho de Fotografia.
Durante o período em que a exposição está patente, a CC11 organiza também uma série de eventos como visionamento de documentários e reportagens de televisão seguidas de conversa com os autores, apresentação de livros, debates e conferências. Sendo atividades de carácter presencial, conforme o plano de confinamento elaborado, os eventos serão divulgados com uma semana de antecedência, requerendo inscrição prévia ou a confirmação de presença.
Esta exposição estará patente de 8 de setembro a 31 de outubro de 2020, na Galeria CC11, na Rua do Centro Cultural 11, em Alvalade, Lisboa. A entrada é livre e o uso de máscara obrigatório.
A associação cultural CC11, foi fundada no início do ano 2020 e tem como finalidade divulgar e promover a fotografia e o fotojornalismo em Portugal.