A carta enviada pelo Sp. Braga ao Sporting na semana passada, com conhecimento da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga de Clubes, era muito clara em relação aos timings a propósito da saída de Rúben Amorim para Alvalade: se os leões não liquidassem o valor em falta em relação à contratação do treinador, que era a totalidade à exceção de 2,3 milhões de euros, até à tarde da última sexta-feira, os minhotos iriam apresentar uma queixa formal na FIFA. Esse prazo das 16h passou e nenhum dos clubes tinha feito qualquer referência sobre o assunto mas o mesmo já tinha começado a ser discutido dias antes, sendo que esta terça-feira deverá trazer o fumo branco nas negociações: houve acordo com diferentes prazos (embora não muito mais alargados) para o pagamento dos 12,1 milhões de euros em causa, que já foi comunicado ao início da tarde desta terça-feira.

Braga dá prazo até 4 de setembro para Sporting saldar dívida por Rúben Amorim

“A Sporting Clube de Braga – Futebol, SAD e a Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD informam que chegaram hoje a acordo sobre a forma de regularização de todos os montantes devidos em função da contratação do treinador Rúben Amorim”, anunciaram lisboetas e minhotos em comunicado publicado nos sites oficiais.

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O acordo, estabelecido entre os dois presidentes, António Salvador e Frederico Varandas, com ajuda de membros das equipas jurídicas, acabou por trazer benefícios para as duas partes sem necessidade de entrar pela via jurídica e litigiosa: por um lado, o Sp. Braga, que não abdicou de qualquer valor, evita que o caso se arraste mais tempo e consegue receber em diferentes prazos aquilo que era suposto mais os juros previstos no acordo de venda; por outro, o Sporting ganha margem para poder fazer o pagamento do que deve noutros prazos sem necessidade de continuar a somar ao valor total os juros equivalentes e assumindo essa “estratégia” de assumir o atraso para ter “almofada” para os próximos meses. No recente Relatório e Contas da SAD referente ao exercício de 2019/20, a contratação de Rúben Amorim foi feita por dez milhões mais 500 mil euros de outros encargos mas, nas dívidas a fornecedores, aparecem apenas 9,8 milhões por pagar ainda ao conjunto minhoto.

“Sporting ainda não pagou a cláusula de rescisão de Amorim”. Salvador fala em “época histórica” e ataca Sporting

E porquê? Quando assumiu a contratação de Rúben Amorim, que tinha uma cláusula de dez milhões de euros, o Sporting comprometeu-se a pagar uma primeira tranche de cinco milhões até ao final de março e uma segunda parte do mesmo valor até setembro (além do IVA, que os responsáveis leoninos nunca levaram muita em conta porque é algo que se paga em qualquer transferência mas que no seu entendimento só agora é falado – e de uma forma “propositada”). Deste valor, foram pagos 2,3 milhões de euros. Com a falha nos prazos, o valor subiu a 12,1 milhões, algo já assumido nas contas leoninas: 12,1 milhões menos os 2,3 milhões dão os tais 9,8 milhões que estão previstos no Relatório e Contas da SAD, entre os 56 milhões a pagar a fornecedores, clubes e agentes.

Sporting diz que vai pagar ao Sp. Braga mas o que estava acordado sem multas – e o fair-play financeiro já está cumprido

O Sporting já liquidou esta terça-feira a primeira tranche de 2,5 milhões de euros, tendo até junho de 2021 para pagar as restantes nas respetivas datas acordadas mas há mais dois pontos importantes que ficaram defendidos pelos minhotos: o Sp. Braga poderá fazer hipotecas caso exista um incumprimento de prazos dispensado as lutas nos tribunais e recebe ainda mais 1,7 milhões como penalização se algum pagamento falhar.

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