Ao contrário da Nikola, por exemplo, que muitos antecipam vir a tornar-se um fiasco, a Lucid promete ser um projecto sério, com perspectivas de longo prazo. Tem fundos, sobretudo sauditas, que tendem a ser inesgotáveis, tem tecnologia e tem um responsável com experiência na concepção e produção de veículos, sejam eles eléctricos ou não. Referimo-nos ao engenheiro britânico Peter Rawlinson que, de acordo com o seu currículo, se sabe que trabalhou na Jaguar e na Lotus, tendo depois ingressado na Tesla em 2009, de onde saiu para a Lucid em 2013.
Após a apresentação internacional do Lucid Air, Rawlinson desdobrou-se em entrevistas, uma das quais foi publicada no Detroit News e pela Bloomberg, em que o britânico não só afirmou que os fundos só chegaram à Lucid devido ao seu trabalho no Model S, como recordou o papel preponderante que desempenhou no salvamento não só do Model S, como da própria Tesla.
Rawlinson didn’t design Model S. Prototype was done before he joined & he left us in the lurch just as things got tough, which was not cool. He did make some contributions to body/chassis engineering, but not to powertrain, battery, electronics or software.
— Elon Musk (@elonmusk) September 9, 2020
Este colocar-se em “bicos dos pés”, por parte do hoje CEO e CTO da Lucid, levou Elon Musk a fazer um fact-check às afirmações do seu antigo funcionário. Confrontado no Twitter acerca do papel que Rawlinson terá desempenhado na sua empresa, Musk sentiu necessidade de esclarecer que, quando o engenheiro inglês chegou à Tesla, “o protótipo do Model S já estava feito”. Logo, não foi ele que o desenhou. “Ele abandonou a Tesla quando os problemas começaram a surgir”, acrescentou Musk, que arrumou a questão recordando que Rawlinson “teve contribuições importantes para a carroçaria e chassi do Model S”, mas “nunca se envolveu em nada associado a motores, baterias, electrónica ou software”.
Resta aguardar pela eventual resposta do antigo engenheiro aos comentários de Elon Musk, sendo óbvio que esta troca de galhardetes até pode animar os fãs de ambas as marcas, mas não faz bem algum a qualquer uma das empresas. Especialmente à Lucid, que ainda está a mais de seis meses de arrancar com a produção em série do seu primeiro veículo, o qual o mercado aguarda com muita curiosidade, para verificar se está à altura das enormes expectativas que criou.