O diretor executivo da Fundação AEP disse esta quarta-feira que o projeto Rede Global da Diáspora já ultrapassou algumas das metas propostas, mas precisa de ser disseminada para fomentar negócios em ambiente de cooperação empresarial.

Segundo Paulo Dinis, também coordenador da Rede Global da Diáspora, inicialmente estimava-se que a plataforma tivesse 300 PME (pequenas e médias empresas), 20 associações empresariais, abrangesse 80 países e 10 mil portugueses.

Neste momento, a plataforma tem 2.337 membros registados, abrange 123 países, mais de 1.100 associações e mais de 200 instituições, entidades públicas e privadas, quer em Portugal quer no estrangeiro, em países onde existe a diáspora portuguesa, adiantou Paulo Dinis, numa sessão de apresentação do projeto criado pela Fundação AEP, em parceria com várias entidades, e apoiado pelo Governo português.

O objetivo do projeto é construir uma rede social colaborativa que, pensando na diáspora, procura alimentar um processo de afirmação económica de Portugal, através da concretização de negócios e do aumento das exportações”, mas também do investimento direto estrangeiro, sublinhou.

Para isso, o projeto precisa de vencer um obstáculo: “Um certo ceticismo que existe, alguma desconfiança na relação da comunidade expatriada e da comunidade instalada no nosso território”, admitiu Paulo Dinis.

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“Temos que gerar o efeito rede, de mobilizar e animar os diferentes atores no sentido de a cooperação estar instalada para aumentar a nossa competitividade”, defendeu.

Para com este esforço “dar corpo a uma intenção válida de manter a plataforma aberta para alimentar o processo de retoma” da economia.

Assim, a preocupação do responsável é disseminar a plataforma para vários destinatários, em Portugal e no estrangeiro, e angariar membros para gerar um efeito de comunidade mais ampla, promover o networking empresarial e fomentar negócios em ambiente de cooperação empresarial, sublinhou.

Nesta fase de dinamização da Rede Global da Diáspora, Paulo Dinis considerou que há sinais que permitem a quem gere a plataforma “sonhar mais uma bocadinho, designadamente a recente publicação do Programa Nacional de Apoio ao Investidor da Diáspora”.

Para o presidente da Fundação AEP, Luís Miguel Ribeiro, a Rede Global da Diáspora é um projeto que faz hoje “ainda mais sentido”, porque Portugal regrediu “uma década” em termos da “intensidade exportadora”.

Além disso, o país tem uma percentagem muito pequena de empresas exportadoras e precisa de alargar essa base virada para a exportação. “Ora isso significa ter empresas mais pequenas a serem capazes também de exportar”, sublinhou Luís Miguel Ribeiro.

Por isso, o projeto “além dos objetivos de ligar os portugueses pelo mundo, de potenciar aquilo que é a presença de portugueses pelo mundo, tem essa grande mais valia de potenciar relações comerciais, de potenciar negócios entre portugueses que estão espalhados pelo mundo”, explicou.

“Isso vai ser um dos grandes contributos que este projeto irá dar ao nosso país”, considerou o presidente da fundação criada pela Associação Empresarial Portuguesa com um conjunto de entidades.

Com esta rede global, com os portugueses que estão pelo mundo nós podemos claramente usar este instrumento para recuperar também as exportações”, concluiu.

A sessão de apresentação da Rede Global da Diáspora contou também com a participação da coordenadora do Programa Nacional de Apoio ao Investidor da Diáspora, Cristina Coelho, e com uma mensagem de empenho do Governo no apoio ao projeto enviada pela secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.

A Rede Global da Diáspora é uma plataforma digital promovida pela Fundação AEP que pretende unir os portugueses espalhados pelo mundo e ajudar as PME a aumentar as exportações na diáspora portuguesa.