O ex-chefe rebelde e antigo primeiro-ministro da Costa do Marfim Guillaume Soro disse esta quinta-feira que mantém se mantém como candidato às presidenciais de outubro de forma “irrevogável”, apesar da candidatura ter sido rejeitada pelo Conselho Constitucional.

“A minha candidatura está fechada, é irredutível e irrevogável” disse o antigo primeiro-ministro e presidente da Assembleia Nacional da Costa do Marfim.

“A Costa do Marfim está à beira do abismo” disse ainda Guillaume Soro.

As eleições presidenciais na Costa do Marfim estão marcadas para o próximo dia 31 de outubro.

Na terça-feira, o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos determinou que a Costa do Marfim admita a candidatura às eleições presidenciais de Guillaume Soro.

O tribunal, com sede em Arusha, na Tanzânia, “ordena ao Estado que tome todas as medidas necessárias para remover imediatamente os obstáculos que impedem Guillaume Soro de gozar dos seus direitos de eleger e de ser eleito especialmente durante as eleições presidenciais de outubro de 2020”, de acordo com uma ordem publicada na página oficial da instituição.

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Guillaume Soro foi excluído, pelo Conselho Constitucional, das eleições presidenciais de 31 de outubro na Costa do Marfim por ter sido condenado pela justiça marfinense, em abril, a 20 anos de prisão por desvio de fundos públicos e branqueamento de capitais.

Dias antes do julgamento, o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos tinha ordenado a suspensão do mandado judicial contra Guillaume Soro, que vive exilado em Paris, e decretado a libertação de 19 dos seus apoiantes e familiares, que estavam detidos desde dezembro.

Na segunda-feira, o Conselho Constitucional da Costa do Marfim rejeitou 40 das 44 candidaturas para as eleições presidenciais de outubro, incluindo as de Soro e do antigo presidente Laurent Gbagbo.

No entanto, validou a candidatura a um terceiro mandato, considerado inconstitucional pela oposição, do presidente cessante, Alassane Ouattara.

Estabelecido em 2004, após a ratificação por um mínimo de 15 países, o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos é uma organização da União Africana que visa assegurar o respeito pelos direitos humanos no continente.

Com sede na Tanzânia, o tribunal é composto por 11 juízes, incluindo um de Moçambique, e tem como presidente um magistrado da Costa do Marfim.