O presidente do PSD, Rui Rio, questionou esta quinta-feira qual o significado da saída de políticos como o primeiro-ministro da comissão de honra do recandidato a presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
Numa publicação na sua conta oficial da rede social Twitter, Rio diz perceber “o que é deixar de ser candidato a qualquer coisa”, mas manifesta estranheza quanto à notícia esta quinta-feira conhecida de que o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, retirou da comissão de honra da sua recandidatura todos os titulares de cargos públicos, após as críticas ao primeiro-ministro António Costa e ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
Percebo o que é deixar de ser candidato a qualquer coisa. Mas pela natureza de uma comissão de honra, o que significa deixar de estar nessa comissão? O que acontece de diferente que não aconteceria se não tivesse deixado de estar? https://t.co/6rsmsjNSTZ
— Rui Rio (@RuiRioPT) September 17, 2020
“Mas pela natureza de uma comissão de honra, o que significa deixar de estar nessa comissão? O que acontece de diferente que não aconteceria se não tivesse deixado de estar?”, questiona Rio, nessa publicação.
No sábado, quando foi divulgada a presença de vários políticos nesta comissão de honra pelo semanário Expresso, o presidente social-democrata demarcou-se da opção do primeiro-ministro e do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa e Fernando Medina.
Costa reitera. Apoio a Vieira “é assunto que não tem nada a ver com a vida política”
“Eu sempre achei mal a mistura entre a política e o futebol profissional” respondeu, questionado sobre o assunto pelos jornalistas, em Coimbra, remetendo para o tempo em que liderou a Câmara Municipal do Porto, quando, devido à sua posição, várias vezes esteve envolvido em polémica com o presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa.
Para Rio, a ação política “não deve ser ditada por imperativos de ordem emocional ou de simpatia clubística”.
“Quando nós estamos em cargos políticos de algum relevo, de um modo geral, devemo-nos abster de misturar estas coisas”, acentuou. Na terça-feira, e questionado sobre o mesmo tema, Rio limitou-se a dizer que ele próprio será, dos políticos no ativo nas últimas duas décadas, “o último a ser convidado para alguma coisa ligada ao futebol”.
Nos últimos dias foram várias as vozes críticas à presença na comissão de honra do primeiro-ministro e do autarca, como apoiantes do atual presidente “encarnado” nas próximas eleições para os órgãos sociais do clube.
“Agradecendo a todos a disponibilidade manifestada, tomei a iniciativa de retirar da minha comissão de honra todos — todos — os titulares de cargos públicos, sejam autarcas, deputados ou membros do Governo”, sublinhou Luís Filipe Vieira, em comunicado.