Circuitos para entradas e saídas do recinto, álcool gel nas mãos, máscara posta e teste feito à Covid-19, é esta a nova realidade da escola de quadros da Juventude Popular, que quer ser exemplo no cumprimento das normas. A escola de quadros da Juventude Popular (JP), que arrancou na sexta-feira e decorre até domingo, em Oliveira do Bairro (Aveiro), faz-se este ano com regras que apelam ao distanciamento social, à etiqueta respiratória e à higiene constante, ditadas por um pandemia que impôs uma nova realidade no dia-a-dia e ao qual nem as ‘rentrées’ partidárias escaparam.
Num ano em que foram abertas menos vagas e os 54 participantes foram divididos por vários ‘workshops’, quem chegou ao Espaço Inovação mediu a temperatura foi convidado a fazer um teste rápido à covid-19, incluindo a agência Lusa. “Não posso obrigar ninguém a fazer o teste, mas incentivo a isso”, disse o secretário-geral do partido, Francisco Tavares. Feitas as contas, entre participantes, ‘staff’ e jornalistas, foram feitos 70 testes, todos com resultado negativo.
Em declarações à agência Lusa, Alexandre Marques, de 23 anos, considerou que “está tudo a correr bem” e apontou que os jovens sentem “a pressão de dar um bom exemplo”. “Se aparece um caso positivo aqui, cai-nos o Carmo e a Trindade em cima”, afirmou, lembrando que a JP foi uma das vozes críticas de eventos como a Festa do Avante!, organizada pelo PCP, e de ajuntamentos como, por exemplo, nas manifestações.
Fernandes Graciosa, de 25 anos, disse não ter receio de participar nesta escola de quadros, apesar se registarem cada vez mais casos positivos de Covid-19 entre os jovens. Por isso, fez a viagem desde Loures (distrito de Lisboa) até Oliveira do Bairro e, chegado à escola de quadros, elogiou os “bons comportamentos” dos participantes que têm “cumprido à letra” as regras definidas pela Direção-geral da Saúde.
Sobre o modelo escolhido para este ano, com debates e ‘workshops’, Fernando Graciosa chutou os prognóstico para domingo, quando terminar a escola, mas por agora apontou que “ambas as formas têm qualidades”. No recinto onde decorre a escola de quadros, no Espaço Inovação de Oliveira do Bairro, situado na zona industrial, há dispensadores de álcool gel, estão assinalados no chão os circuitos para entradas e saídas e estão espalhados avisos de que o uso de máscara é obrigatório e de que é necessário manter a distância de segurança.
Na edição deste ano, além do habitual programa, do caderno e da caneta, o ‘kit’ de boas-vindas distribuído aos ‘alunos’ conta também com uma máscara de pano. O modelo em que decorre a escola foi adaptado, havendo vários ‘workshops’ ao mesmo tempo, para evitar concentrações, e no anfiteatro os lugares estão separados, o que se repete na sala destinada às refeições, que são todas feitas no recinto “para que não haja necessidade de os jovens contactarem com a comunidade local”, indicou à Lusa o presidente da JP, Francisco Mota.
Na sessão de boas-vindas aos jovens, os avisos para a cumprimento das regras foram repetidas várias vezes. “Temos de ter muitos cuidados com as regras a cumprir, temos de ser um exemplo”, frisou Diogo Feio, organizador da escola de quadros e vice-presidente do Conselho Nacional de Jurisdição do CDS.
De seguida, André Chambel, presidente da concelhia do CDS local, considerou que “se alguma coisa corre mal do ponto de vista da covid-19, é o CDS que vai estar na mira dos adversários políticos”, alerta partilhado pelo líder da JP desta região.
O presidente a nível nacional, Francisco Mota, destacou que “a JP foi a única juventude partidária que decidiu organizar a sua escola de formação”, uma valência que teve de ser “reinventada”, num modelo que poderá ser replicado no futuro. “Os olhos lá fora estão postos em cada um de nós, temos de ser responsáveis”, pediu.