O presidente do Governo dos Açores anunciou esta terça-feira que será criado um “incentivo financeiro” para compra de bens ou serviços na região a quem pretender deslocar-se ao arquipélago e fizer o teste de Covid-19 na origem.

A medida destina-se a todos os passageiros provenientes de zonas de transmissão comunitária ativa ou com cadeias de transmissão local ativas, adiantou Vasco Cordeiro, falando em conferência de imprensa em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

O objetivo do incentivo financeiro, cujo montante não foi ainda revelado, é reforçar a proteção face ao novo coronavírus e também “estimular a atividade económica” açoriana.

Os Açores têm contratualizados acordos com cerca de duas centenas de laboratórios no continente e na Madeira, podendo cada cidadão que se desloque de outros pontos do país para a região realizar teste à Covid-19 de forma gratuita.

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Outra modalidade passa por os passageiros serem testados, também sem custos, na chegada aos Açores, mas o incentivo agora criado pretende reduzir esses números.

“De todas as possibilidade que analisámos, este foi o caminho mais seguro a tomar”, declarou Vasco Cordeiro, depois de ter sido questionado pela agência Lusa sobre a viabilidade, inclusivamente legal, de apenas deixar entrar na região passageiros com teste Covid-19 negativo feito nos dias anteriores à partida.

Com a “colaboração e consciência das pessoas”, o executivo acredita ser “perfeitamente possível” os Açores atravessarem o atual momento, de mais casos positivos diários no mundo e em Portugal, com “relativa acalmia”, sublinhou o seu presidente.

“De um minuto para o outro”, contudo, “pode ser necessário tomar mais medidas e medidas mais duras”, reconheceu ainda o governante.

O Governo dos Açores vai também recomendar “o uso de máscara em espaços públicos abertos com grande concentração de pessoas”, no âmbito da pandemia de Covid-19.

A recomendação, indicou o chefe do executivo, será “em breve alvo da respetiva orientação da Autoridade Regional de Saúde” e é sugerida para “locais de maior dificuldade em garantir o distanciamento físico recomendado”.

Essa recomendação assume especial relevância para os casos em que se aguarda o resultado do teste de despiste realizado ao sexto dia, devendo, quem se encontrar nestas circunstâncias, ter também especial atenção ao cumprimento das restantes medidas de proteção da saúde pública”, prosseguiu Vasco Cordeiro.

O Governo dos Açores, avançou ainda, vai adquirir 100 mil testes rápidos à Covid-19, o que permitirá “reforçar a capacidade de rastreio de eventuais casos positivos” em espaços como escolas e lares de idosos.

Os testes, “aprovados pelo Infarmed”, permitirão, “em menos de meia hora e de forma descentralizada”, obter resultados de “casos suspeitos de infeção” pelo novo coronavírus.

Foi também anunciado pelo presidente do Governo dos Açores que a campanha anual de vacinação contra a gripe arrancará já na quarta-feira, começando pelos lares de idosos, entre utentes e profissionais, e avançando depois para os profissionais de saúde e “restante população beneficiária da vacinação gratuita”.

Até 1 de outubro, cinco ilhas dos Açores, as que têm ligação aérea direta ao exterior, estão na situação de calamidade pública. A situação afeta as ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira, Pico e Faial.

As ilhas Graciosa, São Jorge, Flores e Corvo, sem ligações aéreas diretas ao continente português, mantêm a situação de alerta até à mesma data.

Até ao momento, foram detetados na região 277 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, verificando-se atualmente 55 casos positivos ativos, dos quais 43 em São Miguel, oito na Terceira, três no Pico e um na Graciosa.

Desde o início da pandemia ocorreram 16 mortes relacionadas com a Covid-19, todas em São Miguel.