A Secil está a estudar a possibilidade de aumentar a área de exploração das pedreiras que tem no Parque Natural da Serra da Arrábida associadas à fábrica de cimento do Outão, noticiou o jornal Público. Uma intenção que a associação ambientalista Zero não entende visto que, há cerca de 13 anos, a empresa teve autorização para aumentar a profundidade da exploração, “assegurando reservas que, ao ritmo de utilização da altura, se estimava permitir o funcionamento da fábrica até pelo menos 2040“.

Neste momento, a empresa já começou a fazer contactos com as entidades que terão de avaliar e aprovar a possibilidade de ampliação da exploração, entre elas a Câmara Municipal de Setúbal. “Os diferentes instrumentos de gestão territorial em vigor no concelho de Setúbal – POPNA [Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Arrábida] e PDM [Plano Diretor Municipal] — não consideram o licenciamento de novas explorações de recursos geológicos e/ou a ampliação das existentes no Parque Natural da Arrábida”, respondeu a autarquia ao Público.

A associação ambientalista Zero lembra isso mesmo: o POPNA não permite nem novas explorações, nem a ampliação das existentes. A associação reclama ainda que “não pode ser feita a alteração da classificação do regime de proteção da área envolvente”.

“Nas pedreiras da Arrábida, seja as da Secil ou outras, o processo tem de ser o da sua recuperação”, afirma a Zero.

A Zero reconhece o esforço de recuperação paisagística feito pela empresa, tal como é exigido a todas as pedreiras — embora nem todas o cumpram — e admite que tem contribuído para “minimizar os danos irreversíveis que foram causados” ao longo dos anos. Mas a associação também lembra que a Secil só “existe naquele local por ser muito anterior à criação do Parque Natural da Arrábida, em 1976”.

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