Portugal e a Grécia vão reforçar a cooperação na Defesa, destacando-se o setor industrial e projetos europeus comuns, no âmbito de um acordo assinado esta segunda-feira pelo ministro da Defesa português, João Gomes Cravinho e o homólogo grego.

Numa cerimónia realizada esta segunda-feira no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, recebeu o seu homólogo grego, Nikolaos Panagiotopoulos, para a assinatura de um acordo bilateral “de cooperação em matéria de Defesa” que inclui a cooperação entre indústrias da área.

Em declarações aos jornalistas após a reunião, João Gomes Cravinho revelou que este acordo aborda “um conjunto de preocupações partilhadas” entre os países, “seja em matéria de ameaças regionais, seja em matéria de oportunidades para, por exemplo, as indústrias de defesa trabalharem em conjunto”.

O ministro grego Nikolaos Panagiotopoulos revelou também que o acordo inclui a organização de fóruns de negócios de empresas da área da defesa, tanto em Lisboa como na capital grega, Atenas.

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Matérias que vão desde a nossa participação em projetos no âmbito da cooperação estruturada e permanente [PESCO, na sigla em inglês], a nossa pertença comum à NATO, que está também numa fase de grande evolução”, acrescentou o ministro português.

Questionado sobre a temática das migrações, que afeta particularmente o território grego, o ministro reforçou que o governo português continua empenhado em trabalhar com a Grécia “e com outros parceiros europeus” numa “problemática que é de todos”.

Países como a Grécia que estão na linha da frente por razões de ordem geográfica e que estão a receber números muito elevados de migrantes que não conseguem absorver, é justo, é correto que sejam redistribuídos. E Portugal tem essa disponibilidade”, sublinhou.

Já sobre a fiscalização que a Marinha Portuguesa reforçou, em julho, na costa algarvia, depois da chegada ao país de vários grupos de migrantes marroquinos, Gomes Cravinho disse não existir “nenhuma missão de controlo de rotas de migração ou de migrantes por parte da Marinha Portuguesa”, estado este ramo “obviamente atento” a eventuais movimentações.

Questionado sobre o investimento previsto para a Defesa, no âmbito do Orçamento do Estado para 2021, que é entregue esta segunda-feira na Assembleia da República, Gomes Cravinho considerou-o um “orçamento justo e equilibrado, que corresponde às expectativas”.

Não há ministro nenhum que não gostaria de ter mais alguns recursos para a sua pasta mas no quadro estamos muito satisfeitos e permite-nos progredir de acordo com aquilo que está expresso na Lei de Programação Militar e que nos permitirá reforçar o nosso equipamento ao dispor das nossas Forças Armadas”, apontou.