O Guia Michelin Portugal e Espanha para 2021 já está fechado e os resultados referentes ao contexto português trarão novidades. “Não há dúvida que este ano foi infinitamente complexo para o setor mas mesmo assim há novidades, Portugal cresce” — sem querer levantar demasiado as expectativas, é desta forma que um responsável ligado ao “guia vermelho” caracteriza aquilo que estará nas cartas para a restauração nacional.
Ao Observador, Angel Pardo explica que apesar dos dramáticos contratempos causados pela pandemia do novo coronavírus, o guia fez “um esforço titânico” para se manter fiel aos seus seguidores e cozinheiros. “Não quisemos desistir de fazer o guia, mesmo tendo em conta a situação dramática que se vive. Sentimos que tínhamos de mostrar ao setor que continuávamos aqui, a apoiá-los”, refere.
Quando a pandemia se instalou em força na Península Ibérica “60% das inspeções já estavam feitas”, fator determinante na conclusão (se bem que atrasada) do guia. O confinamento trouxe incerteza mas mesmo assim o trabalho dos inspetores não parou: “eles continuaram em contacto uns com os outros, sempre, para irem trocando impressões sobre os sítios que conheciam ou tinham visitado. Ao mesmo tempo também iam falando com cozinheiros e empresários para garantir que tudo estava atualizado o melhor possível e nenhuma informação ficava por confirmar”.
Foi a 24 de junho que os misteriosos avaliadores da marca de pneus voltaram “à estrada” e desde então não pararam. O guia foi fechado há relativamente pouco tempo e, obviamente, não haverá público na já habitual gala de anuncio das novas estrelas. “Vamos fazer tudo digitalmente, a conjuntura não nos dá outra hipótese. No melhor dos casos, se a evolução da situação sanitária assim o permitir, poderemos convidar um número restrito de cozinheiros para estar presente na pequena cerimónia que organizaremos em Madrid e que será sempre transmitida online”, reforça.
Guia básico para perceber as estrelas Michelin, que este ano serão entregues em Lisboa
Nunca se sabe bem quais são os critérios exatos que os inspetores seguem para fazer as suas avaliações mas uma coisa é segura: o rigor é sempre muito apregoado. Perante o contexto extraordinário que se vive nada disso mudou. “Os critérios continuam a ser os mesmos” mas Angel ressalva que houve um cuidado redobrado para se ser “justo mas flexível”.