Surpresa é a palavra que impera nos corredores do PS Açores. Os socialistas estão atónitos e admitem que o cenário está negro: “[O governo regional] está feito num molho de brócolos”, diz uma fonte ao Observador. O Bloco de Esquerda já assumiu que não vai ser força de bloqueio à governação PS, mas, com apenas dois deputados eleitos, não é suficiente. Na prática, “não serve de nada“. A direita está-se a mexer para não desperdiçar a primeira oportunidade em 24 anos de tirar o PS do poder. E os socialistas já se vão voltando para outro cenário: forçar eleições antecipadas.

Uma sondagem interna do PS, feita em agosto, dava o PS com 52% e o PSD a cair; outra, feita a 8 de outubro, dava 48%; e, na última semana de campanha, a única sondagem que veio a público, a da Católica, dava 45% ao PS. Como é que daqui se passa para 39%? Ninguém sabe. Socialistas e bloquistas ainda jantaram na noite de domingo, mas a convicção do lado socialista é de que de pouco ou nada deve valer. “Foi por um…”, diz fonte socialista ao Observador. Se o PS tivesse conseguido eleger mais um deputado do que os 25 que elegeu bastava chamar o CDS para governar. Mas não foi assim. As contas são mais complexas do que isso e, no PS, há quem diga que “não vai ser possível” governar com o Parlamento fragmentado como está.

Apesar das fracas expectativas, ninguém deita, ainda, a toalha ao chão. Vasco Cordeiro, enquanto líder do partido mais votado, vai ser chamado a formar governo e é para o CDS e para o PPM que o PS está a olhar. O PAN também está a ser equacionado, mas, ao contrário do que acontece a nível nacional, as lógicas regionais podem tornar mais difícil uma aliança com os ecologistas do que com os partidos de direita.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.