Rui Rio lançou esta segunda-feira dúvidas sobre a eficácia das medidas adotadas pelo Governo para conter a segunda vaga da pandemia de covid-19, em particular o recolher obrigatório nas madrugadas de dias úteis e durante a parte da tarde dos próximos sábados e domingos.

Em conferência de imprensa, depois de um encontro com Confederação Empresarial de Portugal (CIP), o líder social-democrata reconheceu ter “alguma dificuldade” em compreender a “eficácia” de tais medidas. Nos dias úteis, argumentou Rio, a generalidade das pessoas não tem por hábito saírem de casa depois das 23 horas; e, ao fim-de-semana, o facto de serem obrigadas a regressar a casa até às 13 horas, pode provocar uma grande concentração de pessoas durante as manhãs.

Apesar de ter sido contido nas críticas (“não quero aproveitar para dizer que tudo é mau”), Rui Rio não escondeu as reservas em relação ao “custo benefício” que o país vai retirar do caminho escolhido pelo Governo. “Tenho muitas dúvidas sobre a eficácia [destas medidas]”, assumiu o líder social-democrata.

“PS não tem tido a noção do ridículo”

O tema Chega acabou por dominar naturalmente a conferência de imprensa de Rui Rio. Confrontado com as acusações de António Costa e de outros dirigentes socialistas — de que o PSD ultrapassou uma linha vermelha e que Rio fez um acordo com André Ventura para subir ao poder nos Açores –, o líder social-democrata devolveu o ataque: “O PS não tem tido noção do ridículo”.

O líder social-democrata voltou a explicar que não há qualquer acordo nacional entre PSD e o Chega e explicou as quatro condições negociadas entre o PSD/Açores e o Chega/Açores: propor a redução do número de deputados regionais, criar um Gabinete Regional de Luta Contra a Corrupção, reduzir a elevadíssima subsidiodependência na Região e promover o aprofundamento da autonomia política no quadro do Estatuto Político-Administrativo dos Açores e da Constituição da República.

À medida que lia cada uma destas condições, Rio perguntava: “Isto é fascista?”. Perante a insistência dos jornalistas sobre se este acordo terá reflexo em futuras alianças no Parlamento, o líder social-democrata voltou a lembrar o que tem dito sempre. “Se o Chega se moderar, pode haver diálogo. Nos Açores, moderou-se.”

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