Aproximamo-nos do Natal e colocamos tudo em perspetiva. Neste terceiro episódio da webserie #namelhorvoltadavida, Joana Barrios ajuda-nos a pensar no que vale realmente a pena e no que é verdadeiramente importante para fazer os outros felizes, sobretudo tendo em conta estes últimos meses. Já sabemos que este ano teremos de contar com alguns constrangimentos, mas não queremos deixar de dar prendas. Podemos é pensar nelas de outra forma, como comprar em lojas mais próximas de casa e produtos, de preferência, feitos em Portugal (para a pegada ecológica ser mais pequena); procurar que sejam úteis e que perdurem no tempo; e, por fim, que não sejam muito caras.

A bordo de um FIAT 500, Joana vai escolher prendas que cumpram este objetivo: não contribuam para o consumo desenfreado, não aumentem a nossa pegada ecológica e que possam fazer parte da mesa de Natal, o local onde se constroem memórias e onde as conversas alimentam a alma.

À roda do centro de mesa

Peça indispensável numa mesa em dia de festa, o centro de mesa pode ser oferecido ao anfitrião da casa onde terá lugar a noite de consoada. Pode ser um arranjo de flores feito na hora e para a ocasião, mas pode ser igualmente um vaso de plantas bonitas que abrilhantam a mesa e prolongam o espírito natalício durante o resto do ano. As plantas têm a sua própria linguagem e o Horto do Campo Grande, em Lisboa (e não só), tem especialistas que podem ajudar a escolher as mais indicadas. Só a visita ao espaço enche-nos de bom humor, pois aqui o campo está, literalmente, no meio da cidade. Há imensa variedade, com espécies desta época para todos os gostos e que podem integrar o centro de Natal, como os perfumados Jacintos, o Hipérico (ou Hipercão), as Brássicas ornamentais (curiosamente, provêm da mesma espécie do repolho, dos brócolos ou da couve-flor) ou ainda os Beijinhos-de-mãe (cujo nome científico não soa tão bem: Ornithogalum Saundersiae). É entrar, escolher e levar.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Loiça para servir e decorar

Fazendo uso do motor híbrido com start&stop do nosso FIAT 500, Joana dá algumas voltas na cidade de Lisboa, assegurando menos emissões, sem retirar pontos ao conforto. Apesar de frio, o dia está bonito e deixa-nos apreciar a zona da Graça e de Alfama, perto da Igreja de S. Vicente de Fora. Aqui vamos encontrar o Atelier Porta 16, onde se faz todo o tipo de peças em barro, à maneira antiga, mas com um toque de doçura e modernidade. Procuremos a loiça que se irá usar na consoada, a deste ano ou do próximo! Um bonito serviço é meio caminho andado para fazer descer o espírito natalício sobre qualquer mesa. E, com a ajuda das artistas da Porta 16, pode personalizá-lo. Assim que passa a porta, verifica que não faltam os temas de Natal, mas estão muito bem acompanhados de cães e gatos, cidades encantadas, castelos e outras personagens igualmente extraordinárias… É quase impossível escolher e trazer só uma coisa! Mas têm também outras peças, em que usam materiais reciclados, assim como têxteis e madeira. É mesmo um mundo que vale a pena conhecer!

Toalhas inspiradoras

Depois de escolhido o serviço, é tempo de procurar uma toalha de mesa que espelhe o espírito natalício de uma forma mais criativa, o que tem algo de desafiante. Navegamos, assim, até à Retrosaria Rosa Pomar, na Rua do Loreto, 61, em Lisboa, e encontramos uma série de tecidos que farão as delícias de qualquer casa. O nosso FIAT 500 é um citadino extraordinário e cabe em qualquer lugar, até porque o condutor pode contar com a preciosa ajuda dos sensores de estacionamento. Assim, ganhamos fôlego para subir os dois andares até chegar à meca das lãs. Neste projeto, nascido há 11 anos, encontramos todas as ferramentas necessárias para fazer casacos, meias, saias e muitas outras coisas. Mas também pode aprender a fazê-las nos workshops que ali são dados, ou oferecê-los como prenda de Natal. Ainda há tempo para escolher lãs produzidas a partir de raças autóctones portuguesas, no seguimento de um desafio lançado pela Rosa Pomar, quando viu que a lã portuguesa não estava a ser bem aproveitada. Depois de visitar a retrosaria, ainda ganha um tema de conversa, lançando para a mesa da consoada um tema ambientalmente adequado, como: “sabia que em Portugal existem 16 raças autóctones de ovelhas, algumas já ameaçadas de extinção?”.

Tomar um banho de cultura

Se sentir que tem vontade de oferecer algo que não se vai consumir na noite de Natal, pode sempre aproveitar para dar o seu contributo à cultura em Portugal, nas suas mais variadas formas. O cartão de sócio da Plataforma Gerador (associação cultural sem fins lucrativos, que fica em Lisboa na Casa da Cidadania, no Largo das Conchas) permite descontos em inúmeras atividades culturais em todo o país, e será uma prenda útil e original. Não só fica a par do que se faz de mais criativo no nosso país, como pode mais facilmente assistir ao que deseja. O Teatro Praga, em Lisboa, o Teatro Municipal Joaquim Benite, de Almada, ou o Teatro Viriato, em Viseu, fazem parte da rede que usufrui de descontos com este cartão, mas há muitas outras salas, eventos, cursos, filmes, encontros e workshops para desfrutar, da capital às ilhas. É só procurar. Esta é uma associação que vale a pena visitar, se estiver em Lisboa, ou — caso contrário — conhecer online.

Terminadas as compras, começa a melhor parte da festa: estar com quem queremos. Já temos a toalha, o serviço, o centro de mesa e prendas para distribuir. E, se não for fã das músicas de Natal, pode sempre acompanhar a preparação da ceia com o clássico italiano “Volare”, lançado em 1958, que parece ter ido buscar inspiração ao azul do nosso FIAT 500, cuja primeira edição é do ano anterior: “Volare/ oh, oh/ Cantare/ oh, oh, oh, oh/ Nel blu dipinto di blu/ Felice di stare lassu”.

Agora, sim, só falta sentar e brindar às coisas boas da vida!

Saiba mais em
https://observador.pt/seccao/observador-lab/na-melhor-volta-da-vida/