Entre as 62 vítimas mortais com Covid-19 nas últimas 24 horas estão duas mulheres, uma na casa dos 20 anos e outra na faixa etária dos 40 – já na véspera o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS) tinha registado uma vítima com menos de 50 anos. Este é um dos destaques do relatório de situação divulgado este sábado pela DGS e que indica, também, que voltou a contar-se mais de seis mil casos em apenas 24 horas (quase dois terços no norte) e, por outro lado, também houve mais de seis mil recuperados.
Foram confirmados mais 6.472 casos de Covid-19 de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo o boletim diário da DGS. É um número muito próximo do registo da véspera (6.489) mas que entra diretamente, mesmo assim, para o top 10 dos dias com mais casos – é o sexto dia da pandemia com o registo mais elevado, excluindo o dia 4 de novembro em que houve um ajuste dos números (para incluir infeções que não tinham sido reportadas na altura certa, anteriormente) que fez a contagem diária saltar para os 7.497 novos casos.
A aceleração da propagação, confirmada através de teste ao novo coronavírus, demonstra-se no facto de ser necessário chegar ao 14º pior dia de toda a pandemia para achar um valor que não diga respeito a este mês de novembro – e trata-se do dia… 30 de outubro. A ministra da Saúde tinha, aliás, já adiantado minutos antes, em entrevista na SIC, que Portugal continuava a ter mais de 6.000 casos por dia e que esse número seria confirmado no boletim diário da DGS, como veio a acontecer.
O boletim trouxe, porém, duas boas notícias: a primeira é que se reportaram, também nestas 24 horas, mais de seis mil recuperados (6.379) – o que faz com que, subtraindo este número (e o dos óbitos) ao número total de novas infeções, tenha havido um aumento de apenas 31 pessoas como “casos ativos”.
São 82.767 as pessoas que foram infetadas pelo novo coronavírus e ainda não foram dadas como recuperadas (ou que se tenham tornado um dos 3.824 óbitos registados até ao momento, de acordo com os dados da DGS). Este é um número que mais do que duplicou em relação ao que existia há um mês: a 20 de outubro existiam menos de 40 mil casos ativos em Portugal. E há dois meses eram pouco mais de 21 mil.
Até ao momento, foram comprovadas 255.970 infeções, com 169.379 casos considerados “recuperados” pelas autoridades de saúde.
A outra boa notícia foi uma descida no número de internamentos em 54 pessoas, para um total que se reaproxima dos 3.000 (3.025). Por outro lado, também como a ministra da Saúde já tinha antecipado em entrevista ao jornal da SIC à hora de almoço, há mais 4 doentes em cuidados intensivos, para um total que ascende aos 485. Isto, diz a ministra, numa “disponibilidade para doentes Covid de 569 camas e num número que, de acordo com a agregação hospitalar, é de 1.036 camas para doentes de cuidados intensivos”.
“Os hospitais têm estado todos os dias a reforçar a sua capacidade”, disse Marta Temido, desde logo com a reprogramação de outras intervenções médicas ou cirúrgicas. “Tem sido um trabalho hercúleo por parte das administrações hospitalares”, acrescentou a ministra da Saúde.
Como já se destacou, porém, morreram mais 62 pessoas, com uma das vítimas mortais – uma mulher – que estava na faixa etária dos 20-29 anos. E outra – também do sexo feminino – estava na faixa dos 40-49 anos (já na véspera tinha morrido uma pessoa nessa faixa etária).
Nesta sexta-feira, período a que diz respeito o boletim divulgado este sábado, morreu um doente oncológico no IPO do Porto. Não foi possível confirmar a idade da vítima para perceber se poderá ser uma destas pessoas mais jovens que morreram infetadas com a doença.
Entre os restantes óbitos destas 24 horas está uma pessoa na casa dos 50 anos, também uma mulher, e cinco pessoas na faixa etária dos 60 anos. Todos os outros estavam ou na faixa dos 70 anos ou tinham mais de 80.
Desde que começou a pandemia em Portugal, houve uma vítima com menos de 9 anos, quatro na faixa dos 20-29 anos e seis com entre 30 e 39 anos. O número de óbitos desagregados por idade acelera a partir daí: 37 com cerca de 40 anos, 113 na faixa dos 50-59 e 320 com entre 60 e 69 anos. Depois, com entre 70 e 79 anos já houve 761 óbitos e os restantes 2.582 eram pessoas com mais de 80 anos.
O boletim diário da DGS indica, também, que foi ainda maior do que na véspera a percentagem de novos casos que estão na zona norte do país: foram quase 64% só nessa região, isto é, 4.070 novos casos no norte, face ao total de 6.472.
A estes juntam-se 1.534 novos casos em Lisboa e Vale do Tejo, cerca de 24%, mais 656 casos no centro, 97 no Alentejo e 57 no Algarve. Nos Açores foram detetados mais 48 e na Madeira 10.
Quanto aos óbitos, há hoje um equilíbrio entre os 24 do norte e 23 de Lisboa e Vale do Tejo, a que acrescem 9 óbitos no centro, cinco no Alentejo e 1 no Algarve.