A reportagem “‘Acontece todos os dias’. 10 relatos sobre discriminação em Portugal”, do jornalista Luís Vaz Fernandes, venceu o Prémio para o Jornalismo da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
O trabalho foi escolhido unanimemente pelos membros do júri, referindo que a peça “oferece uma paleta de vozes em discurso direto sobre o racismo e a discriminação”.
Sem condução nem mediação, o público vê-se confrontado com os testemunhos de vários jovens, mais ou menos reflexivos, mais ou menos aprofundados, mas todos indiciando a presença diária da discriminação nas suas vidas, que faz deles e delas vítimas de uma estrutura social que, volta e meia, os olha de lado e põe de parte”, lê-se no comunicado da APAV.
O episódio de insultos racistas a Moussa Marega num jogo entre o Vitória de Guimarães e o Futebol Clube do Porto, em fevereiro deste ano, lançou novamente o debate sobre se Portugal é ou não um país racista. No vídeo, publicado no Observador em março, dez pessoas de diferentes origens e etnias partilham as suas experiências diárias.
A cerimónia de entrega do Prémio teve lugar esta terça-feira na sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés e contou com a presença de Catarina Santos, editora da equipa de Multimédia do Observador que colaborou na reportagem, do presidente da APAV, João Lázaro, e do diretor-geral do El Corte Inglés, Enrique Hidalgo.
O Prémio para o Jornalismo da APAV, atribuído anualmente, tem como missão distinguir trabalhos que contribuam para o conhecimento dos temas ou problemas relacionados com o apoio às vítimas de crime em Portugal e tem um valor monetário de 1.500 euros atribuído pelo El Corte Inglés.