O fabricante norte-americano de automóveis Tesla foi mais uma vez obrigado pelos tribunais alemães a suspender a construção da sua fábrica a sul de Berlim devido a uma queixa de grupos ambientalistas.
“Foi tomada uma decisão provisória para suspender o abate” de árvores na zona, segundo a decisão do Tribunal Administrativo de Frankfurt noticiada pela AFP.
Duas associações tinham apresentado na segunda-feira uma providência cautelar contra o abate planeado de 82,8 hectares de floresta pela Tesla para expandir o local da sua fábrica de automóveis elétricos, que deverá abrir no próximo ano, alegando que a operação viola a legislação ambiental alemã ao destruir o habitat de espécies protegidas de lagartos e cobras.
“Ainda não foi tomada uma decisão fundamentada sobre o caso”, disse o tribunal.
A Tesla tem como objetivo uma produção anual de 500.000 veículos elétricos nesta “gigafábrica”, a primeira na Europa da empresa de Elon Musk.
Mas o impacto deste enorme complexo no equilíbrio ecológico e nos recursos hídricos desta área fortemente arborizada é preocupante para as organizações ambientais.
Outra queixa das associações é que o construtor americano ainda não possui uma licença de construção final, que está sujeita a vários procedimentos que incluem a avaliação do impacto ambiental do projeto.
As autoridades locais permitiram, no entanto, que o construtor começasse a trabalhar “por sua conta e risco” enquanto esperava pela luz verde final.
A “Tesla não pode e não deve estar acima da lei”, disse Heinz Herwig Mascher, representante da associação Grüne Liga em Brandenburg.
O gigante norte-americano já tinha sido forçado em fevereiro a suspender durante vários dias o abate de 90 hectares de árvores, na sequência de uma queixa do mesmo grupo de ecologistas. A Tesla está sujeita a numerosas obrigações para proteger a vida selvagem, especialmente formigas e aves.