O Governo ainda não definiu quais são os serviços críticos que serão incluídos na primeira fase da vacinação contra a Covid-19. Essa primeira fase já está em marcha, mas a lista, admite o coordenador da task force que construiu o plano de vacinação, ainda está a ser preparada.
Os profissionais de saúde foram os primeiros a serem vacinados, tendo a primeira etapa incluído os profissionais das unidades de cuidados intensivos, das urgências ou dos transplantes, por exemplo. Nas próximas etapas, e tendo em conta que as vacinas não estarão todas imediatamente disponíveis, vão ter de ser estabelecidas prioridades dentro destes grupos prioritários. Ricardo Mexia disse que não foi definido como se vai estabelecer essa ordem e que caberá às instituições organizarem-se. “No contexto local, cada um que priorize.”
Sabe-se ainda que em março e abril haverá outros grupos profissionais a serem vacinados, mas isso não foi detalhado, disse Ricardo Mexia. O que o plano prevê é que sejam vacinados os militares, forças de segurança e serviços críticos.
O Observador contactou o coordenador da task force para saber que profissionais serão incluídos nestes serviços críticos, mas Francisco Ramos disse que a lista ainda está em preparação não dando qualquer indicação de quem pode ser incluído. Francisco Ramos confirmou apenas que nem todos os militares e profissionais das forças de segurança serão vacinados nesta fase, só os mais prioritários. Porquê? Pelo mesmo motivo que nem todos os profissionais de saúde. Esta primeira fase é para os profissionais imprescindíveis, segundo Francisco Ramos.
Considerando o objetivo da primeira fase de vacinação, Ricardo Mexia criticou o facto de as figuras do Estado não serem vacinadas agora. Tal como deveriam ser os representantes da Direção-Geral da Saúde ou instituições equivalentes, defendeu o médico de Saúde Pública. “Têm uma função que é importantíssima”, disse sobre os governantes. “Têm um papel insubstituível.”
INEM e profissionais de saúde dos privados vacinados a 11 de janeiro
Os profissionais dos hospitais das Forças Armadas e do INEM vão começar a ser vacinados em janeiro, disse Francisco Ramos, numa reunião com associações de profissionais de saúde, esta quarta-feira, apurou o Observador. Ao Público, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros avançou uma data para o início da vacinação dos profissionais do INEM e do setor privado — 11 de janeiro —, conforme terá dito o coordenador da task force numa outra reunião com as ordens dos Médicos, Enfermeiros, Farmacêuticos e Médicos Dentistas.
A Task Force do Plano da Vacinação contra a Covid-19 está em articulação com os hospitais privados para fazer o levantamento dos profissionais que querem ser vacinados e também a definir uma estratégia para poder incluir no programa de vacinação os profissionais de saúde que não estão integrados numa instituição de saúde, como os que têm clínicas próprias, disse Ricardo Mexia ao Observador. O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP) esteve na reunião acompanhado pela Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral e Familiar, pela Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar e pela Associação de Unidades de Cuidados na Comunidade.
A reunião de cerca de meia hora serviu para dar conta aos profissionais de saúde representados de como tinha corrido o processo de vacinação até ao momento e o que estava planeado para as primeiras semanas de janeiro, mas poucos pormenores foram acrescentados ao plano de vacinação já conhecido. Contactado pelo Observador, Francisco Ramos disse que não tinha nada a acrescentar ao que o plano já tinha dado a conhecer.
Depois dos profissionais de saúde que prestam cuidados de saúde, o próximo grupo prioritário são os residentes e trabalhadores de lares e das unidades de cuidados continuados. Para já vão começar por cerca de 150 lares nos concelhos com maior incidência dos casos de infeção com SARS-CoV-2, disse Francisco Ramos na reunião. Estes lares já começaram a ser contactados, confirmou Ricardo Mexia ao Observador. A vacinação nos lares será feita por, pelo menos, um elemento do centro de saúde da região correspondente, que poderá ter a colaboração dos profissionais de saúde do lar, caso seja necessário, disse o presidente da ANMSP, citando o coordenador da task force.
Depois dos residentes nos lares, serão as pessoas com 50 anos ou mais que apresentem um conjunto de comorbilidades definidas. Quem tenha médico de família só precisa de esperar pelo sms com a marcação da data da vacinação. Para evitar que os utentes recebam mensagens fraudulentas, a task force chegou a acordo com as operadoras de telecomunicações para que o remetente esteja identificado com “2424”, como a linha de saúde.