Arranca em fevereiro o julgamento de cinco funcionários da Segurança Social e outros 23 arguidos acusados de montarem um esquema de burla com imigrantes que lhes permitia obter ganhos ilegais que ultrapassaram um milhão de euros. De acordo com o jornal Público, os funcionários atribuíam a troco de dinheiro, um número de identificação da Segurança Social (NISS)  a cidadãos oriundos sobretudo da Índia, Paquistão e Bangladesh.

Durante dois anos, entre janeiro de 2015 e junho de 2017, os cinco funcionários que desempenhavam funções de atendimento ao público, no Areeiro, em Marvila e no Cacém, terão criado ou alterado inscrições de cidadãos estrangeiros na Segurança Social, atribuindo um NISS a troco de dinheiro, mesmo sem os documentos necessários. Um deles, de acordo com a acusação do Ministério Público (MP), terá lucrado mais de 800 mil euros.

Este funcionário trabalhava na Segurança Social do Areeiro, em Lisboa, e durante esses dois anos criou 4969 NISS para estrangeiros, recebendo entre 100 a 200 euros por cada número. Além disso, este arguido fornecia informações a terceiros sobre os cidadãos inscritos e cobrava um euro por cada pesquisa. Segundo o Público, fez pesquisas sobre 1040 contribuintes. Em 2017, nas buscas à casa deste funcionário, a Polícia Judiciária encontrou mais de 70 mil euros em dinheiro: 57.700 escondidos no teto da casa de banho, cerca de 11.140 no carro e 1200 euros numa carteira.

Os arguidos foram acusados pelo MP em março de 2018 pelos crimes de corrupção passiva agravada, corrupção ativa, abuso de poder, acesso ilegítimo e falsidade informática. Além dos cinco funcionários da Segurança Social, 18 intermediários faziam parte do alegado esquema: na maioria, estrangeiros já legalizados em Portugal que angariavam outros cidadãos estrangeiros, nas respetivas comunidades, detalha o Público

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