Assim como praticamente tudo, a temporada passada de Fórmula 1 foi duramente afetada pela pandemia. O Grande Prémio da Austrália, que normalmente dá o pontapé de saída para o Campeonato do Mundo, foi cancelado horas antes de começar a primeira sessão de treinos livres porque um elemento da McLaren tinha testado positivo. Este ano, a corrida inaugural da Austrália pode novamente não cumprir a data inicialmente agendada.

Com calendário marcado para o fim de semana de 19 a 21 de março, o Grande Prémio da Austrália pode acabar por ser adiado devido às apertadas restrições que o país tem colocado em prática no que toca a cidadãos estrangeiros que entram no país. A quarentena de 14 dias é obrigatória e não existem exceções para os grandes eventos desportivos — o Open da Austrália, marcado para o início de fevereiro, também terá todos os tenistas e elementos das comitivas envolvidos a realizar um isolamento profilático de duas semanas antes de a competição arrancar.

[Ouça aqui o programa “Outras Histórias do Desporto”, da Rádio Observador, sobre a quarentena obrigatória dos tenistas que vão participar no Open da Austrália:]

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“O governo vai continuar a dar prioridade à saúde pública enquanto protege o nosso calendário de grandes eventos. As conversações entre a Australian Grand Prix Corporation, o governo e a direção da Fórmula 1 sobre o calendário da Fórmula 1 para 2021 estão a decorrer”, explicou à BBC um porta-voz do governo australiano, liderado pelo primeiro-ministro Scott Morrison. Já a Australian Grand Prix Corporation, que gere todas as competições de automobilismo no país, garantiu que dará “mais detalhes depois da finalização de todos os preparativos com todas as partes envolvidas nas próximas semanas”.

A Fórmula 1, por seu lado, acabou por ter a declaração mais enigmática. Um porta-voz da direção limitou-se a dizer, esta segunda-feira, que a modalidade está ansiosa por voltar a competir durante o mês de março — sendo que a segunda etapa do Mundial, no Bahrain, também está agendada para março, do dia 26 ao dia 28. Ou seja, não deixou de lado a possibilidade de adiamento do Grande Prémio australiano, garantindo que o Campeonato do Mundo vai arrancar no terceiro mês de 2021: seja na Austrália ou no Bahrain.

Como Schumacher nos títulos, como Senna no impacto, único nas causas: Lewis Hamilton, um fenómeno à parte na Fórmula 1

De recordar então que, na temporada passada, o Mundial de Fórmula 1 só arrancou em julho e foi reduzido de 22 para 17 corridas. Além disso, o calendário foi reformatado e passou a realizar-se simplesmente na Europa e no Médio Oriente, excluindo os restantes continentes e motivando um regresso da modalidade a Portugal, 24 anos depois do último Grande Prémio em território português.

Com início provisoriamente agendado para março, o Mundial de 2021 em Fórmula 1 tem então vários pontos de interesse: a ida de Sebastian Vettel para a Aston Martin depois de cinco anos na Ferrari, a estreia de Carlos Sainz na mesma Ferrari, o regresso de Fernando Alonso à modalidade e à Renault e a primeira temporada de Mick Schumacher, filho do antigo piloto alemão, que vai competir pela Haas. Com a grelha praticamente fechada, resta somente saber se Lewis Hamilton renova contrato com a Mercedes e vai atrás do oitavo título de campeão mundial, algo que o distanciaria definitivamente de todos os outros pilotos da história da Fórmula 1.