O investimento captado através dos Vistos gGld caiu 13% em 2020, face ao ano anterior, para 646,7 milhões de euros, segundo contas feitas pela Lusa com base nas estatísticas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). No ano passado, o investimento resultante do programa de Autorização de Residência para Investimento (ARI) totalizou 646.729.464,80 euros, o que compara com 742 milhões de euros em 2019, e foram atribuídos 1.182 vistos ‘dourados’, menos do que os 1.245 em 2019.
Em dezembro, o investimento ascendeu a 27.737.718,69 euros, menos 46% relativamente a novembro e uma queda de 38% em termos homólogos. No mês passado foram atribuídas 49 ARI, das quais 47 no âmbito da compra de bens imóveis (sete para reabilitação urbana) e dois por via da transferência de capital.
A compra de imóveis captou um investimento de 26,3 milhões de euros, dos quais 2,4 milhões de euros corresponderam à aquisição para reabilitação urbana. No que respeita à transferência de capitais, este critério captou 1,3 milhões de euros, não tendo sido, mais uma vez, atribuído qualquer visto por via da criação de postos de trabalho.
Do total das concessões de vistos ‘dourados’ em dezembro, 14 foram provenientes da China, quatro da Argélia, quatro da Rússia, três do Brasil e três da África do Sul.
O programa de concessão de ARI, que foi lançado em outubro de 2012, registou até 2020, em termos acumulados, um investimento 5.638.983.295,75 euros. Deste montante, a maioria corresponde a compra de bens imóveis, que ao fim de oito anos de programa totaliza 5.097.828.071,87 euros.
Destes mais de 5.000 milhões de euros, 277 milhões de euros corresponde a investimento realizado na compra de imóveis para reabilitação urbana. Por sua vez, os vistos atribuídos por via do critério de transferência de capitais totalizaram 541.155.223,88 euros.
Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 9.389 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018, 1.245 em 2019 e 1.182 em 2020. Até 2020, em termos acumulados, foram atribuídos 8.829 vistos por via de compra de imóveis, dos quais 768 tendo em vista a reabilitação urbana. Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 543 e mantêm-se 17 por via da criação de postos de trabalho (há muito tempo que não tem sido registado qualquer visto atribuído por esta via).
Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.764), seguida do Brasil (989), Turquia (452), África do Sul (394) e Rússia (359). Desde o início do programa foram atribuídas 16.050 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 1.427 em 2020.