Eduardo Barroco de Melo, deputado do PS eleito pelo círculo eleitoral do Porto, defendeu esta terça-feira, na sua conta pessoal do Twitter, a inclusão dos deputados nos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19. E criticou mesmo aqueles que “se acham dispensáveis” e que já rejeitaram a administração do imunizante.
No meio de uma pandemia e com um estado de emergência em vigor, constata-se que há deputados que se acham dispensáveis, menorizando o seu trabalho de fiscalização. Quando a República não tem respeito por si própria, não podemos esperar que sejam os outros a salvá-la”, escreveu Eduardo Barroco de Melo no Twitter.
1/3 No meio de uma pandemia e com um estado de emergência em vigor, constata-se que há deputados que se acham dispensáveis, menorizando o seu trabalho de fiscalização. Quando a República não tem respeito por si própria, não podemos esperar que sejam os outros a salvá-la.
— Eduardo Barroco de Melo (@ebarrocomelo) January 26, 2021
O deputado socialista de 32 anos enfatiza que a “desvalorização que os titulares de cargos políticos fazem de si próprios” também pode ser interpretado como um “ataque à democracia”, dado que “num sistema democrático é fundamental proteger as instituições e os seus representantes”.
Recusa ainda que esta atitude seja um “exercício de altivez”. Em vez disso, considera que a “preservação do regime democrático é mais relevante do que um homem só e certamente mais do que palmas instantâneas”.
As declarações de Eduardo Barroco de Melo geraram uma onda de comentários e de reações nas redes sociais. Horas depois, decidiu esclarecer o seu ponto de vista. Diz que “só alguns” deputados serão vacinados, “consoante critérios definidos”, e rejeita a ideia de que a vacina seja retirada a “idosos ou grupos de risco” para ser alocada aos deputados. “Esses já estão previstos em lote próprio no plano de vacinação”, explica.
1/6 Gosto de debater e fiz um esforço para o fazer por aqui hoje. Infelizmente, não chego a todos, portanto aqui vão mais algumas coisas que acho relevantes:
1 – A ideia de que todos os deputados serão vacinados é errada. Obviamente, só alguns e consoante critérios definidos;— Eduardo Barroco de Melo (@ebarrocomelo) January 26, 2021
Quanto aos deputados que rejeitaram ser vacinados, Eduardo Barroco de Melo diz que “cada está no direito” de não tomar o imunizante, mas salienta que “não é aceitável que a razão seja dizer-se que a Assembleia da República como órgão de soberania é irrelevante. Não há pandemia que se ultrapasse sem os vários órgãos em funcionamento”.
E justifica a importância da Assembleia, lembrando que “quem acompanhou minimamente o seu trabalho no último ano percebe que muitas soluções para a pandemia foram aí [Assembleia da República] construídas, também através dos milhares de solicitações e sugestões de cidadãos e organizações”.