O mostrador azul profundo, limpo e com as suas riscas subtis, e o bisel, bem como a caixa, em aço inoxidável não enganam. O relógio em questão é o Nautilus (referência 5711/1A-010), sucesso de vendas absoluto da suíça Patek Philippe. Na semana passada, a relojoeira anunciou que o modelo seria descontinuado e a peça que já fazia furor entre colecionadores e aficionados prepara-se agora para continuar a escalar.

Com um preço de origem que ronda os 28 mil euros, tal número fica muito para trás quando se trata de exemplares em segunda mão. Segundo a revista GQ, em 2020, um Nautilus custou em média 60 mil euros na plataforma Chrono24. De acordo com os dados apresentados pelo site, os preços dispararam na ordem dos 25% no final da última semana, altura em que os rumores sobre uma possível descontinuação do modelo se adensaram.

O Nautilus 5711/1A-010 da Patek Philippe © Divulgação

Na última segunda-feira, a valorização era já de 31% e, três dias depois, os relógios já estavam a ser vendidos a preços 40% mais elevados do que no ano anterior. A mesma publicação antecipa o cenário dos próximos tempos — uma valorização que poderá superar os 80 mil euros, mas que, provavelmente, acabará por estabilizar na casa dos 60 mil euros.

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Valores que estão longe de ser estranhos para a Patek Philippe, que, a 9 de novembro de 2019, quebrou o recorde num leilão da Sotheby’s, em Genebra, com um Grandmaster Chime 6300A-010 a ser vendido por 28,2 milhões de euros. Um feito que dificilmente será atingido um dia pelo Nautilus, já que dentro da gama de relógios da marca este está longe de ser o mais completo (e complexo) dos topos de gama.

“Temos muitos outros modelos, mais complicados e indiscutivelmente mais bonitos”, confidenciou o presidente da relojoeira com o The New York Times, em 2019. No mesmo artigo, a lista de espera para comprar este relógio era fixada nos oito anos. O facto é que o hype em torno do Nautilus — originalmente lançado em 1976 e entretanto desdobrado em diferentes versões — é real e tem tudo para escalar em 2021.

Fundada em 1839, a Patek Philippe atravessa uma fase especialmente popular. No seu balanço anual, a Collector Square, plataforma de revenda de peças de luxo, elegeu-a como marca de destaque no segmento dos  relógios, deixando para trás a histórica Cartier. Segundo os dados apresentados, as vendas de peças da relojoeira suíça aumentaram 93% em 2020.