A equipa médica alemã que vem ajudar Portugal vai chegar na quarta-feira a Lisboa, esperando-se um reforço de 26 profissionais de saúde, incluindo oito médicos, enfermeiros e assistentes operacionais, que deverão centrar as atenções num hospital na região de Lisboa, embora também possam ajudar noutros centros hospitalares no país. Mas não só — porque o governo de Angela Merkel também deverá apoiar com 50 ventiladores (40 móveis e 10 estacionários), 150 camas adicionais e 150 bombas de infusão.
O Governo português já confirmou, ao início desta noite, que os profissionais de saúde alemães vão chegar a 3 de fevereiro — e que “permanecerão em Portugal durante um período de três semanas, estando prevista a sua substituição a cada 21 dias, até ao final de março, caso seja necessário”. Mas vários números, comunicados pelo governo alemão esta tarde, estão ausentes da nota à comunicação social enviada pelo Ministério da Saúde e o Ministério da Defesa.
Os dois ministérios referem apenas, sem quantificar, que os profissionais de saúde militares têm “competências ao nível da Medicina Intensiva” e que trazem “material clínico (ventiladores, bombas e seringas de infusão)”, pode ler-se no comunicado conjunto.
O Governo lembra ainda “que na primeira vaga da pandemia, a Alemanha disponibilizou o seu apoio a vários estados europeus” e que “Itália, França, Holanda, Bélgica e República Checa, países com maior proximidade geográfica à Alemanha, foram os destinatários da solidariedade alemã e europeia, que agora se estende também a Portugal”.
Momentos antes — quando a Alemanha já tinha comunicado todos os detalhes da colaboração — a ministra da Saúde, Marta Temido, assumia uma postura muito cautelosa em conferência de imprensa, dizendo apenas que daria conta dessas novidades quando houvesse “a certeza total do número de profissionais” que chegam a Portugal, e de “como vão trabalhar”. A ministra dizia não querer falar de meras hipóteses, prometendo uma nota à comunicação social sobre o assunto ainda no decorrer desta segunda-feira. No entanto, o comunicado não refere sequer o número de profissionais que chegam na próxima quarta-feira, pelas 11h.
Do lado alemão, além do comunicado da chancelaria, Annegret Kramp-Karrenbauer, a ministra da Defesa, já tinha confirmado as conversações com o ministro da Defesa português, afirmando que “a solidariedade fortalece a Europa”. “Nós apoiamos os nossos amigos europeus — também na luta contra a Covid-19”.
“Nós vamos ajudar os nossos amigos em Portugal — que estão numa situação dramática — com uma equipa de profissionais de saúde e equipamento médico”, acrescentou a ministra alemã. “O novo coronavírus apresenta-nos a todos muitos desafios — também o serviço de saúde alemão está sob pressão. No entanto, estamos convencidos de que a ajuda europeia é indispensável”.
O governo de Angela Merkel, que já ajudou países como Itália, França e a República Checa durante a primeira vaga da pandemia, sublinha que Portugal “é atualmente o país mais afetado pela segunda vaga, devido à perigosa mutação B.1.1.7 [a estirpe britânica]”. Em Lisboa, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, já agradeceu a ajuda.