O  Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano disse ter autorizado a tripulação de um petroleiro sul-coreano apreendido há um mês a deixar o Irão, decisão considerada “um ato humanitário”. “Num ato humanitário da parte do Irão, a tripulação do navio-cisterna sul-coreano acusado de poluir o ambiente do Golfo Pérsico foi autorizada a partir”, declarou o porta-voz do ministério, Said Khatibzadeh.

A decisão foi tomada em resposta a “um pedido do governo sul-coreano e com a cooperação do poder judicial” no Irão, adiantou, precisando que o processo contra o navio e o seu capitão vai prosseguir. Khatibzadeh não precisou se os tripulantes já abandonaram o território iraniano. O “Hankuk Chemi” foi apreendido e os 20 elementos da sua tripulação (de nacionalidades sul-coreana, indonésia, vietnamita e birmanesa) detidos pelas forças iranianas a 4 de janeiro perto do estratégico estreito de Ormuz.

O incidente com o navio sul-coreano ocorreu numa altura em que Teerão pressionava Seul para desbloquear vários milhares de milhões de euros congelados devido às sanções norte-americanas. O Irão era um dos principais fornecedores de petróleo da Coreia do Sul até Seul interromper as compras sob pressão das sanções restabelecidas por Washington a partir de 2018 em nome de uma política de “pressão máxima” contra Teerão, após o então presidente Donald Trump ter retirado o país do acordo internacional sobre o nuclear iraniano.

O Irão negou qualquer ligação entre a apreensão do navio e a questão dos fundos congelados na Coreia do Sul. No dia 25 de janeiro as autoridades da Indonésia indicaram ter apreendido dois petroleiros, um iraniano e outro panamiano, suspeitos da transferência ilegal de petróleo nas águas do país do sudeste da Ásia.

Na altura, Teerão não quis comentar uma eventual ligação entre a apreensão do petroleiro iraniano na Indonésia e o do navio-cisterna sul-coreano no Irão.

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