A Apple, uma das empresas com maior valor no mercado, assenta a sua estratégia na concepção de produtos apetecíveis e sofisticados, sejam eles telemóveis, iPad ou computadores, mas depois desloca para outros a produção para evitar grandes investimentos e maximizar os lucros. Normalmente para a China, de forma a beneficiar dos baixos salários e reduzidos custos de fabrico. Agora o Apple Car, o automóvel que já anda a prometer desde 2014, voltou a acelerar e o gigante californiano procura alguém que o produza, de preferência com instalações nos EUA e também na Europa. O grupo Hyundai-Kia surgiu como o maior candidato, mas algo correu mal.

Produzir telemóveis ou automóveis é algo completamente diferente, tanto em termos de complexidade como de custos. Mas depois de ver o que tem acontecido com a Tesla, a Apple, que já amadurece este projecto desde 2014, está decidida a também ela enveredar pela produção de veículos eléctricos, idealmente autónomos ou quase, tecnologia em que também investe há anos.

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Durante mais de uma semana, foi praticamente dado como certo um casamento com a Kia, como representante do grupo sul-coreano, mas repentinamente tudo ruiu e o divórcio foi confirmado, apesar de haver quem avance com a possibilidade de se tratar só de um arrufo. A Kia é um dos construtores capaz de satisfazer as necessidades da Apple, pelos custos reduzidos e localização de fábricas, restando saber se está folgada em matéria de capacidade de produção. A Apple investiria 3,6 mil milhões na Kia, com a produção a iniciar-se primeiro na fábrica da marca na Georgia, EUA.

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A alteração do valor das acções da Hyundai e Kia não se fez esperar, inicialmente valorizando-se sob a perspectiva do acordo, para baixar de seguida com a possibilidade do divórcio. Pelo seu lado, a Apple não pára de subir desde que fez constar que o carro estava a caminho.

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Os motivos para a separação podem ser vários, desde o desacordo quanto ao valor a pagar pela Apple ou a dimensão das suas exigências, mas fontes próximas da Apple relataram que Tim Cook e outros executivos decidiram suspender as negociações devido à forma como a Hyundai Kia lidou com a perspectiva de negócio, comentando em demasia a possibilidade do acordo com a Apple. Assim que o divórcio transpirou para o mercado, o valor da Hyundai caiu 3 mil milhões de dólares (cerca de 6,2%) e a Kia mais de 5,5 mil milhões (quase 15%).