O Governo timorense aprovou esta segunda-feira a imposição de uma cerca sanitária, até pelo menos 3 de março, nos dois municípios fronteiriços de Bobonaro e Covalima, como medida preventiva da Covid-19.

Em comunicado, o executivo explica que a medida tem em conta “os recentes casos diagnosticados com SARS-CoV-2, designadamente os casos detetados provenientes de entradas ilegais no país”.

A interdição de deslocações entre os dois municípios e o resto do país pretende, segundo o Governo, “acautelar a saúde pública da população e a impedir a ocorrência de transmissão comunitária do SARS-CoV-2 em território nacional”.

A medida entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação da resolução e termina às 23h59 horas do dia 3 de março.

Esta é a segunda vez que o Governo aplica cercas sanitárias, depois de uma medida idêntica, temporária, no enclave de Oecusse-Ambeno, também devido à deteção de casos positivos entre cidadãos que entraram irregularmente.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Há vários meses que a pressão fronteiriça – especialmente perante o aumento de casos do lado indonésio – é a maior preocupação das autoridades timorenses, que anunciaram já reforços no patrulhamento.

Dois casos recentes, de pessoas que conseguiram chegar a Díli e a Maliana, depois de entrarem irregularmente, e que acabaram por testar positivo à Covid-19, voltaram a acionar os alarmes, com a preocupação sobre eventuais contactos que tenham mantido já em Timor-Leste.

Num desses casos, as autoridades de saúde já identificaram as 11 pessoas que tiveram contacto com um paciente positivo que entrou irregularmente na fronteira terrestre e que testou positivo à Covid-19, segundo um dos coordenadores da Sala de Situação.

Aurélio Guterres, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, e coordenador do Destacamento de Reação Rápida da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), explicou que os 11 contactos do paciente positivo foram já detetados e estão em quarentena em Batugadé, junto à costa norte da ilha.

“Foram identificados e foram levados para quarentena. Alguns testes já foram feitos, negativos para já, e outros ainda estão à espera de que se conheçam os resultados”, explicou.

Aurélio Guterres disse ainda que a caminho de Díli está um outro grupo com 21 pessoas que incluiu uma pessoa que entrou irregularmente na fronteira, também na zona de Maliana, e mais 20 pessoas com quem teve contacto num transporte público.

O caso de Lourbá causou grande preocupação porque um homem de 20 anos, que entrou ilegalmente e que acabou por ser identificado e testado positivo, viajou com pelo menos 11 outras pessoas.

Timor-Leste tem atualmente 39 casos ativos da Covid-19.