A segunda fase da vacinação contra a Covid-19 arrancou esta quarta-feira em Coruche, tendo sido uma mulher de 106 anos a receber a primeira das 250 doses que serão administradas, até sexta-feira, a utentes com 80 ou mais anos.

Em declarações à agência Lusa, o diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria, Carlos Ferreira, explicou que a escolha de uma “das pessoas mais velhas” do concelho, no distrito de Santarém, foi para passar um “sinal positivo” à população idosa.

Achámos que era relevante e era importante – e na ordenação que foi feita das pessoas com 80 ou mais anos – começar exatamente por dar um sinal, que é simultaneamente um sinal positivo, de esperança de vida e que mesmo as pessoas com 106 anos se devem disponibilizar para a vacina”, disse.

As doses também serão aplicadas nesta fase a utentes com mais de 50 anos portadores de doenças de risco.

De acordo com o também coordenador da vacinação nos nove concelhos do distrito de Santarém, esta nova fase abrange a “população em geral”, adiantando que mais de 10 mil utentes e profissionais de lares já foram vacinados.

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Fizemos 10.200 inoculações às pessoas que estão nos lares, aos utentes e profissionais. Apenas ficaram excluídos três ou quatro lares onde havia surtos”, realçou.

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria iniciou esta quarta-feira a segunda fase da vacinação contra a Covid-19 nos nove concelhos do distrito de Santarém que abrange, indo aplicar 1.700 doses.

Carlos Ferreira afirmou que, depois de um primeiro lote de 102 vacinas que foi administrado na segunda-feira apenas a utentes com mais de 80 anos referenciados pelas Unidades de Saúde Familiar do concelho de Santarém, as 1.700 doses entretanto recebidas permitem alargar, a partir desta quarta-feira, a vacinação aos restantes concelhos.

Estas doses vão ser aplicadas, entre quarta-feira e sexta-feira, a utentes com mais de 50 anos e com doenças de risco e com 80 ou mais anos na Casa do Campino, em Santarém (300), e nas unidades de saúde de Rio Maior (250), Almeirim (250), Salvaterra de Magos (250), Coruche (250), Cartaxo (250), Alpiarça (50), Chamusca (50) e Golegã (50).

“Nesta fase são 250 [doses para Coruche]. O número que nós distribuímos foi o número exatamente igual para os concelhos que têm [o número de] população semelhante, […] Coruche, Rio Maior, Salvaterra [de Magos], Almeirim e Cartaxo. Cada um levou 250 vacinas”, referiu Carlos Ferreira.

Segundo o diretor de executivo do ACES da Lezíria, Coruche só teve direito a 250 vacinas, nesta fase, por causa da dimensão populacional.

[…] Coruche que só tem uma unidade de saúde familiar [Unidade de Saúde Familiar (USF) do Vale do Sorraia] só levou 250, porque tem uma população de 20 mil. […] O Cartaxo que também tem uma população de 20 mil, mas tem três unidades, então […] dividimos os 20 mil percentualmente e uma unidade levou 40%, outra unidade levou outros 40% e a terceira unidade levou 20%”, explicou.

Carlos Ferreira voltou a referir que foram já recebidas mais 830 doses para aplicar no início da próxima semana, acrescentando que “deverão chegar mais nos próximos dias”.

“Para já, temos 830, mas admito que possam chegar mais. Já mandei convocar as pessoas com base nas 830, mas de um momento para o outro podem chegar muito mais. Admite-se chegar aos milhares nos próximos dias”, ressalvou.

O coordenador alertou ainda a população mais idosa para atualizar os contactos, porque cerca de 50% das pessoas não atende o telefone.

Muita gente não responde. Admitimos que as pessoas tenham o telemóvel desatualizado e quanto mais depressa tivermos o telemóvel mais depressa conseguimos abranger toda esta população”, disse, pedindo que, se tiverem “dificuldade em atender o telemóvel”, deem o contacto de um familiar.

Por seu turno, Carlos Ferreira salientou que, das pessoas que têm respondido, quase 100% confirma a disponibilidade para receber a vacina.

A vacinação contra a Covid-19 iniciou-se em Portugal no passado dia 27 de dezembro, com a primeira fase a abranger os profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes, funcionários e utentes de lares de idosos e da rede nacional de cuidados continuados integrados, assim como elementos das forças armadas, das forças de segurança, de serviços críticos e titulares de órgãos de soberania e altas entidades públicas.

Recentemente, foram incluídos no plano de vacinação pessoas com 80 ou mais anos e pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas.