Só em janeiro de 2021 foram realizadas menos 194.239 consultas e cuidados nos hospitais públicos e menos 21.493 cirurgias. Tal representa uma redução de 17% e 30,6%, respetivamente, face a igual período do ano passado, segundo dados disponibilizados ao Diário de Notícias pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Em 2020, foram realizadas 1.149.219 consultas e cuidados e 63.637 cirurgias.
O impacto sentido no início do ano nos cuidados de saúde coincide com o crescimento de casos e de mortes associados à pandemia, tanto que a meados do mês um despacho do Ministério da Saúde colocava os hospitais do SNS no nível máximo de contingência, sendo de manter apenas as cirurgias urgentes e muito prioritárias. A suspensão da atividade não urgente aconteceu também ao longo de 2020.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, a situação “é dramática” e terá “repercussões brutais a nível da mortalidade e da morbilidade dos doentes”. “Há coisas que já não vamos conseguir recuperar. Há pessoas que morreram entretanto”, diz ainda.
De acordo com a análise feita pela consultora MOA, citada pelo DN, em 2020 foram realizados menos 2,5 milhões de exames de diagnósticos, menos 3,4 milhões de consultas e urgências nos hospitais e menos de 126 mil cirurgias; houve ainda menos 11,4 milhões de consultas e tratamentos nos centros de saúde.