O recém-criado Volt Portugal (VP) anunciou esta segunda-feira que terá candidato à Câmara Municipal de Lisboa, depois de o presidente, Tiago Matos Gomes, ter anunciado aos militantes a sua intenção de avançar, naquelas que serão as primeiras autárquicas do partido.

Em comunicado, o Volt anuncia que Tiago Matos Gomes comunicou aos militantes a sua vontade de ser candidato à Câmara Municipal da capital do país, bem como Miguel Macedo, presidente da Distrital de Lisboa do Volt, que pretende ser cabeça de lista à Assembleia Municipal de Lisboa.

“Os dois candidatos irão submeter-se a uma eleição interna e, vencendo, terão de ser confirmados em Conselho Nacional”, pode ler-se no texto.

Citado na nota, o líder do Volt Portugal disse que Lisboa é a cidade onde nasceu e vive, apontando conhecer bem “os seus problemas, as suas contradições, as diferenças entre bairros, as desigualdades territoriais e sociais, bem como a sua população tão diversa e, por isso, tão rica”.

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Matos Gomes quer “uma mudança de paradigma, uma cidade mais humanizada, mais verde, com um espaço público cuidado, em que os cidadãos possam fazer parte das decisões da sua rua, do seu bairro, da sua freguesia”.

Queremos uma cidade que aposta nos transportes públicos, que tem em conta as diferentes formas de mobilidade, com um espaço público inclusivo. Queremos uma cidade que aposta na cultura, na diversidade, que é historicamente multicultural e multiétnica e que deve aproveitar essa vantagem”, considerou.

No I Congresso do Volt, em setembro de 2020, vários “volters” caracterizaram as eleições autárquicas como “uma oportunidade única” para dar visibilidade ao partido e para as quais o Volt Portugal mostrou vontade de apresentar candidaturas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, “de forma independente ou em parceria”.

Presidente do Volt Portugal acredita que partidos tradicionais “começam a esgotar-se”

Na altura, as opiniões divergiram quanto aos partidos a privilegiar em futuras coligações partidárias, tendo o congresso concordado em apenas excluir “forças políticas extremistas”.

O Volt Portugal é um partido que defende o federalismo europeu, a criação de um Parlamento Europeu “com iniciativa legislativa”, um Senado europeu, o estabelecimento de “um governo europeu eleito e um Presidente europeu eleito por sufrágio universal” e ainda umas Forças Armadas Europeias.

Por considerar que a dicotomia esquerda-direita está esgotada e que “o século XXI precisa de partidos do século XXI”, o Volt posiciona-se politicamente como um partido progressista, priorizando o pragmatismo na tomada de decisões políticas independentemente da ideologia.

A 25 de junho, o Tribunal Constitucional (TC) aceitou a inscrição do Volt Portugal como partido político, que se tornou na 25.ª força política em Portugal, vendo assim concretizado um processo que iniciou em outubro de 2019, com a entrega de 9000 assinaturas.

Novo partido político: Tribunal Constitucional aceitou a inscrição do Volt Portugal

O movimento, que surgiu em Portugal em 28 de dezembro de 2017, conta com um eurodeputado no Parlamento Europeu, Damian Boeselager, eleito pelo Volt Alemanha nas eleições de maio de 2019.

Andrea Venzon é o fundador do movimento “Volt Europa”, que também já é partido político na Alemanha, Bulgária, Bélgica, Espanha, Holanda, Itália, Áustria, Luxemburgo, Dinamarca, França, Reino Unido e Suécia.

O Volt Europa conta com 14 partidos oficializados na Europa, cerca de cinco mil membros e mais de 55 mil apoiantes.