Perto de 96 mil alunos e professores do ensino privado vão ficar de fora da estratégia de testes rápidos de antigénio no regresso às aulas presenciais, uma vez que os cerca de 20 milhões de euros que o Governo destinou à operação apenas são destinados a escolas públicas e creches das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), noticia esta terça-feira o Público.

De acordo com as contas do mesmo jornal, feitas com base nos números mais recentes da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, referentes ao ano letivo de 2018/2019, ficam de fora da estratégia de testes rápidos do Governo os 84.683 estudantes que frequentem o ensino secundário no privado, bem como os 11.266 professores a dar aulas no sector particular e cooperativo.

Além disso, acrescenta o Público citando o relatório Estado da Educação de 2019, aos alunos e professores juntam-se também os 20 mil funcionários não docentes que trabalham nos colégios privados, sendo que o número total poderá ser superior, uma vez que as contas não englobam os 6700 educadores do pré-escolar em estabelecimentos privados, não sendo ainda certo quantos serão incluídos na operação de testagem.

O investimento de 19,8 milhões de euros da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) e pelo Instituto da Segurança Social (ISS) para a testagem de testes rápidos de antigénio foi aprovado no passado domingo em Conselho Ministros.

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Ensino privado também quer testes rápidos à Covid-19 como no público

Na estratégia do Governo, quando as aulas presenciais forem retomadas — estão suspensas desde o final de Janeiro — todos os professores e funcionários do ensino público, do pré-escolar ao secundário, vão ser sujeitos a testes rápidos de antigénio. Quanto aos alunos, apenas os do ensino secundário estão incluídos na estratégia de testagem, ficando de fora os das creches até ao 3.º ciclo do ensino básico.

A AEEP – Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativa pediu um esclarecimento ao Governo sobre a situação das escolas privadas. Num comunicado enviado à agência Lusa no domingo, a associação que representa o setor afirmou que o ensino privado não pode ficar de fora da estratégia de testes rápidos, considerando que tal “cria uma discriminação inaceitável”.