A eliminação da Juventus tem sido abordada de várias formas e diferentes feitios não só na imprensa italiana mas também no próprio universo bianconeri, que se divide entre explicações para nova desilusão europeia com a eliminação nos oitavos da Champions frente ao FC Porto. Má preparação da temporada, construção errática do plantel, inexperiência de Andrea Pirlo, falta de mais referências, o eclipse do português nos dois encontros frente aos dragões. Uns falam em refundação da Vecchia Signora, outros abordam o enigma Ronaldo para a próxima temporada, a última do contrato de quatro anos que assinou em 2018. E a saída tornou-se uma possibilidade.

“Refundação Juve”, “De rei a enigma”: imprensa italiana fala em divisão interna, possível saída e falta de alternativas para Ronaldo

O Corriere dello Sport colocou a fasquia nos 29 milhões de euros e explicou as contas dos responsáveis do clube para chegarem a esse valor, sendo que o atual salário de 64 milhões brutos por época, que se transformam em 31 milhões líquidos para o jogador, é o principal obstáculo na equação. Em resumo, a contratação do português em 2018 por 100 milhões mais 15 entre prémios e comissões já foi amortizada em 88 milhões com o aumento das vendas de merchandising, da bilhética enquanto houve espectadores e da exponencial subida nos contratos com os principais patrocinadores como a Adidas e a Jeep, entre outros. Há um outro dado importante: a Juventus fechou o primeiro semestre de 2020/21 com mais de 113 milhões de euros de prejuízo, sendo certo um corte na massa salarial para a próxima temporada – e o avançado equivale a um quinto da folha de pagamentos da temporada.

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O gesto “imperdoável”, o registo negativo e a não renovação: o futuro de Ronaldo tornou-se uma incógnita

Nesse contexto, e numa informação que começou por ser avançada pelo Tuttosport e pelo Corriere dello Sport, o PSG surgiu como possibilidade para contratar o português e reforçar a sua ambição de conquistar a primeira Liga dos Campeões com Kylian Mbappé e Neymar, até porque as hipóteses de Lionel Messi permancer em Barcelona aumentaram com a chegada de Joan Laporta à presidência do clube. Este sábado, os jornais Marca e As falavam de “contactos informais” dos representantes de Ronaldo com elementos do Real sobre um possível regresso do capitão da Seleção a Espanha, onde esteve nove anos nos merengues. Da parte da Juventus, a única informação oficial foi passada pelo diretor desportivo Fabio Paratici, poucos minutos antes da partida com o FC Porto.

O Cristiano tem a sua carreira na mão. Com estes grandes jogadores, sabemos que quando eles decidem sair de uma equipa, ter outra experiência, são eles que decidem e temos de respeitar essa decisão. Estamos aqui para cumprir o contrato e ver como ele estará no próximo ano e como se sentirá, para continuar ou não”, comentou o responsável bianconeri em entrevista à Eleven Sports.

Depois da vitória por 3-2 que foi curta para garantir a passagem depois da derrota por 2-1 no Dragão e nos dias que se seguiram, Ronaldo não teve qualquer intervenção pública mas, este sábado, véspera do regresso à Serie A da Juventus com um encontro fora com o Cagliari, o avançado deixou uma mensagem no seu Instagram.

“Mais importante do que o número de vezes que caímos na vida, é a rapidez e a força com que recuperamos. Os verdadeiros campeões nunca cedem! O nosso foco já está no Cagliari, na luta da Serie A, na final da Taça de Itália e em tudo o que ainda podemos alcançar nesta época. É verdade que o passado pertence aos museus (e quem melhor para dizê-lo!), mas, felizmente, o futebol tem memória… e eu também! A história não pode ser apagada, é escrita todos os dias com resiliência, espírito de equipa, persistência e muito trabalho árduo. E aqueles que não compreendem isto, nunca alcançarão a glória e o sucesso”, destacou o capitão da Seleção.